A indústria brasileira enfrenta uma série de dificuldades para retomar a atividade
e voltar a crescer. Os obstáculos ao crescimento do setor no terceiro trimestre de 2017 foram identificados na Sondagem Industrial, da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), que ouviu 2.482 empresas de todo o país entre 2 e 17 de outubro.
Veja quais são, na avaliação dos empresários, os principais problemas da indústria:
Sempre no topo da lista, a carga tributária, com 45% das menções, ficou mais uma vez em primeiro lugar no ranking. O peso dos impostos eleva os custos e reduz as chances da indústria brasileira competir com os produtos estrangeiros nos mercados interno e externo. Também afasta investidores e estimula a informalidade. Por isso, a CNI defende uma reforma tributária que simplifique o sistema de arrecadação e reduza o peso dos impostos sobre a produção.
A falta de demanda permanece em segundo lugar na lista de dificuldades enfrentadas pelas indústrias. Quando o consumo está fraco, as indústrias reduzem a produção, suspendem investimentos e dispensam empregados, o que acaba reduzindo o crescimento da economia. No entanto, o número de menções conferidas à demanda interna insuficiente recuou de 40,4% no primeiro trimestre para 36,5% no terceiro trimestre de 2017. Isso confirma os sinais de recuperação do consumo e, consequentemente, da atividade industrial.
Em terceiro lugar no ranking aparece a inadimplência dos clientes. O atraso dos clientes no pagamento das dívidas afeta o caixa das empresas, que precisam de recursos para honrar despesas operacionais, como salários, conta de energia, aluguéis e fornecedores. Quando a inadimplência aumenta muito, a empresa pode se ver obrigada a deixar de pagar suas contas e até demitir empregados. Mas, com os sinais de melhora da economia, as menções à inadimplência dos clientes caíram de 24,7% no quarto trimestre de 2016 para 21% no terceiro trimestre de 2017. Isso é mais um sinal de que o Brasil começa a sair da pior crise da sua história.
A falta de capital de giro, que aparece em quarto lugar no ranking do terceiro trimestre, obriga a empresa a recorrer a empréstimos bancários e, em alguns casos, adiar os compromissos com fornecedores, com o pagamento de impostos e até dos salários. Sem dinheiro para honrar os compromissos do dia a dia, a empresa adia investimentos e pode até diminuir a produção e dispensar empregados. O número de assinalações à falta de capital de giro caiu de 22,1% no quarto trimestre de 2016 para 18,5% no terceiro trimestre deste ano.
Os juros altos, que caíram do quarto para o quinto lugar na lista dos principais problemas
enfrentados pelas empresas, aumentam os custos dos financiamentos e desestimulam investimentos na produção.
Com as sucessivas quedas nos juros básicos da economia, as assinalações neste problema recuaram de 27,9%
no quarto trimestre de 2016 para 18,2% no terceiro trimestre de 2017.
SAIBA MAIS -
Acesse a página da Sondagem Industrial para conhecer todos os detalhes da pesquisa.
Por Verene Wolke
Da Agência CNI de Notícias
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