Para o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, a legislação que entra em vigor em 11 de novembro também criará ambiente de negócios mais positivo para o país. O relator da reforma, deputado Rogério Marinho, avalia que nova lei estimulará a formalização e combaterá a precarização das relações do trabalho
Os especialistas em Relações do Trabalho Victor Russomano e Magnus Apostólico, e o jornalista Guilherme Queiroz
O presidente do Conselho de Relações do Trabalho
da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), Alexandre Furlan, afirmou nesta quinta-feira (26) que o novo marco das relações de trabalho criará
um ambiente saudável e propício para a criação de empregos. “É preciso que os
maiores interessados – trabalhadores e empresas – unam forças. Assim, seremos capazes de promover um ambiente
de trabalho saudável com melhores e mais empregos”, afirmou Furlan, no discurso de abertura do Seminário
Visões da Modernização Trabalhista - Lei 13.467/17, promovido pela CNI, em Brasília.
Ele acrescentou que há bastante tempo o país precisava ter enfrentado
a reforma trabalhista, uma vez que a CLT, criada na década de 1940, não atendia mais às demandas das
novas formas de trabalho e de produzir, apesar de todos os seus méritos. “Com a nova lei, sobretudo com sua espinha
dorsal que traz a valorização e reconhecimento da negociação coletiva como o cerne das relações
do trabalho, se abre um horizonte de mais segurança e cooperação proporcionando a melhoria do ambiente
de negócios, o que contribuirá com o crescimento econômico, com benefícios para a sociedade”,
destacou Alexandre Furlan.
A nova legislação entrará
em vigor no dia 11 de novembro. Furlan observou que o setor produtivo não espera por soluções fáceis
em relação à aplicação da lei. No entanto, ponderou que com mais diálogo e menos
conflito será possível encontrar saídas para que as empresas não sejam sufocadas sejam criados
melhores empregos.
EXPECTATIVA – Presente ao primeiro painel de
debate no seminário, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da reforma trabalhista, mostrou-se
otimista quanto a ampla aplicação da lei pela Justiça trabalhista. O parlamentar disse acreditar
que a grande maioria dos magistrados irá cumprir a legislação. “Não é papel do juiz,
da magistratura, elaborar leis. É julgar de acordo com o que foi elaborado pelo Legislativo”, frisou.
Para Marinho, a nova norma reduzirá conflitos, estimulará a formalização
e combaterá a precarização das relações do trabalho, uma vez que, segundo ele, leva em
conta a realidade atual do mercado, em que há formatos novos como o teletrabalho e o home-office.
Segundo Furlan, a CLT, da década de 1940, não atendia mais às demandas das novas formas de trabalho e de produzir
CUMPRIMENTO DA LEI - Para o desembargador João Bosco
Pinto Lara, que atua na 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, a legislação
será integralmente cumprida por grande parte dos juízes trabalhistas. Na avaliação dele, a aplicação
da nova lei mudará o paradigma das relações do trabalho e será fundamental inclusive para a sobrevivência
da Justiça do Trabalho. “A grande maioria dos juízes não escamoteará a aplicação
da lei”, afirmou.
Bosco alertou que não cabe ao juiz a opção
de não cumprir a lei, uma vez que “o legislador quis de fato promover mudanças de paradigma nas relações
do trabalho, sobretudo ao valorizar as negociações coletivas. “Quando o juiz diz que vai interpretar a
lei como entender estará cometendo um ato de violação do poder de vontade do povo. Cabe ao juiz cumprir
a lei”, frisou.
CAUTELA – O professor Luiz Carlos Robertella,
advogado especialista em relações do trabalho, alertou aos empresários que tenham cautela nesse momento
inicial de vigor da lei. Segundo ele, é recomendável aguardar as primeiras decisões da Justiça
do Trabalho diante da nova legislação. “Recomendo cautela, porque o processo não é lógico.
Esta é uma nova lei, que, como todas, está sujeita a interpretações, embora eu acredite que a
maioria dos juízes vá aplicar a lei”, recomendou.
Para
Robortella, os críticos da reforma não entenderam o papel do Estado, do setor produtivo e dos trabalhadores
no Século 21. “Esta reforma tem muitas virtudes. Oferece segurança jurídica, tutela a boa-fé,
reduz a informalidade, amplia o direito de defesa do devedor. Não há mais espaço para a utopia nas relações
do trabalho”, disse.
O especialista em Relações do Trabalho
Victor Russomano sugere que os empresários tenham neste momento “equilíbrio, razoabilidade e bom senso”
até que haja uma uniformização judicial quanto à aplicação da lei. O também
especialista em RT e negociação coletiva Magnus Apostólico recomenda que a lei seja amplamente usada,
comunicada e difundida por todo o setor produtivo para que negociações sejam conduzidas já sob as novas
normas. “A nova lei motiva investimentos, o que significa geração de empregos e o desenvolvimento da economia”,
pontuou.
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Por Diego Abreu
Fotos: José Paulo Lacerda
Da Agência
CNI de Notícias
Link de acesso: http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2017/10/modernizacao-trabalhista-criara-melhores-e-mais-empregos-diz-alexandre-furlan/
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