A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) protocolou no dia 23 de agosto, no Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pedido de investigação de salvaguarda para o vestuário, alegando que está ocorrendo um grande aumento no número de importações de roupas no país e, como consequência, proporcionando perdas à indústria nacional e à economia brasileira.
O coordenador do Conselho Setorial Têxtil da Fiep, Marcelo Surek, afirma que o crescimento das importações prejudica o setor como um todo. "O produto já vem pronto e, com isso, a indústria nacional é prejudicada", afirma.
A Petição de Salvaguarda abrange 60 itens de confecção, que correspondem a 82% do total do vestuário importado. A limitação de importados poderá ser por cotas ou por sobretaxas. Um exemplo que mostra o prejuízo no setor é a redução do número de empregados no segmento vestuário no Paraná. Em 2010, o número de funcionários era 73.408, enquanto em 2011 esse quadro diminuiu para 72.757. Por outro lado, o volume de importações cresceu de US$ 59 bilhões para US$ 93 bilhões.
Reivindicação - Segundo Surek, além das cotas, outras medidas deveriam ser tomadas para aumentar a competitividade do setor. "A redução de impostos é importante para o segmento. O setor é rico em mão de obra, as pessoas que estão iniciando no mercado de trabalho se interessam em trabalhar na indústria têxtil. Essa importância deveria ser valorizada", ressalta.
A salvaguarda é um instrumento de defesa comercial que tem como objetivo aumentar a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo decorrente do aumento de importações. Durante o período de salvaguarda, a indústria deverá fazer as adequações para seu fortalecimento e, junto com o governo, promover ações para aumento da competitividade.
Envie para um amigo