Conforme a Sondagem Industrial 2012/2013 realizada e divulgada no final do ano passado pela Fiep, 84,02% dos 412 empresários entrevistados esperam desempenho positivo para o próximo ano. A maioria dos industriais tem interesse em investir na produtividade e capacitação do trabalhador. Os números mostraram também que houve incremento na produtividade e tecnologia das indústrias paranaenses.
Por outro lado, os entrevistados apontaram insatisfação com o nível atual da infraestrutura, com a carga tributária e falta de crédito para a produção. É o que duas empresas associadas do Sinditêxtil destacaram. A diretora da Lafort, Irit Czerny, diz que 2012 foi um ano difícil para a empresa. “Houve um recuo da indústria por causa da competição externa. Existe falta de incentivo que beneficie as empresas”, afirma. Ela espera que em 2013 a política para as indústrias melhore. “Existem algumas iniciativas como a política para redução de energia elétrica. Éum passo, mas não é suficiente. Deve haver um investimento do governo federal e não só estadual”, declara.
A opinião é compartilhada pelo diretor da Antex Textil, Willian Shinoki, que afirma que o ano não foi positivo para a empresa. “A entrada de importação foi grande, e isso afetou a Antex”, ressalta. Para 2013, ele espera mudanças. “Para o próximo ano, esperamos medidas que beneficiem o segmento no Estado”, declara.
No entanto, apesar do ano ter sido negativo para algumas empresas do setor têxtil, a sensação de otimismo detectada pela Sondagem para 2013 (84,02%) ficou próximo do maior índice já alcançado nos 17 anos de pesquisa. Em 2008 o número chegou a 87,87%. “É reflexo de medidas adotadas pelo governo, algumas que estão em vigor para determinados setores como a desoneração da folha de pagamento e outras anunciadas como melhoria de infraestrutura dos portos e aeroportos e redução do custo da energia elétrica”, explicou o presidente da Fiep.
Segundo os empresários que estão otimistas, em 2013 haverá novos investimentos (41,19%), aumento nas vendas (40,09%) e aumento de empregos (18,71%). Apenas 11,86% dos entrevistados imaginam que o próximo ano não terá bom desempenho e apresentará queda nesses mesmos quesitos.
Perspectivas e avanços - Os números apontam que os investimentos a serem realizados pelas indústrias paranaenses serão descentralizados. As três áreas prioritárias são: produtividade (51,98%), melhoria de processos (49,75%) e modernização tecnológica (45,30%). Apesar do otimismo quanto aos investimentos, o quadro atual mostra que o amparo governamental para as indústrias ainda não é o ideal. A maioria das empresas (73,76%) vai utilizar recursos próprios para realizar os investimentos necessários, já 51,73% se beneficiarão de linhas de crédito governamental e somente 13,86% terão recursos vindos de fora do País para esse fim. “O governo está tendo que corrigir o desiquilíbrio da facilidade de crédito para consumo com a falta de crédito para a produção”, avaliou Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep.
Apenas 10,15% dos empresários paranaenses não registraram aumento de produtividade nesse ano. Entre os que registraram elevação acreditam que ela se deu principalmente por conta da melhoria no gerenciamento de pessoal (50,99%) e modernização tecnológica (46,04%).
Entre as soluções de gestão que mais contribuíram para melhorar o resultado da empresa estão Programas de Qualidade Total (22,77%), Planejamento das Necessidades da Empresa (18,81%) e Sistemas da Informação Gerenciais (14,11%).
Gargalos – Pela primeira vez em 17 anos de sondagem somente um indicador ligado à infraestrutura obteve avaliação positiva, mesmo assim com ressalva. A maioria dos empresários (61/88%) está satisfeita com o fornecimento de energia, apesar de considerarem a tarifa cara. No restante dos itens (portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, telefonia e infraestrutura urbana) a porcentagem de insatisfeitos foi maior.
A questão de mão de obra qualificada foi outro problema prioritário identificado pela sondagem. Falta trabalhador e os salários estão subindo acima da produtividade do empregado. Como forma de reverter o quadro o presidente da Fiep lembrou do Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que fará uso do Sistema S (Sesi, Senai e Senac) e das Faculdades da Indústria, uma parceira do sistema Fiep e Famec (Faculdade Metropolitana de Curitiba).
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