Representantes de empresários, trabalhadores, governo e parlamentares estão próximos
de um acordo para a aprovação do Projeto de Lei 4330/2004, que regulamenta o trabalho terceirizado. A informação
é do relator do projeto, deputado Arthur Maia (PMDB-BA). Ele participou, no dia 6 de agosto, do debate “Regulamentação
da Terceirização da Mão de Obra”, que ocorreu durante o Fórum Brasil Competitivo:
Modernização do Trabalho, evento realizado em São Paulo pelo Grupo Estado, com apoio da Confederação
Nacional da Indústria (CNI).
A CNI é uma das entidades que representa os empresários nas reuniões
quadripartites. A votação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara
está marcada para o próximo dia 14. Se não houver recurso para ir ao plenário, seguirá
direto ao exame do Senado.
Conforme Arthur Maia, o texto final do relatório, que está sendo construído
com as contribuições de empresários, trabalhadores e governo, evitará a precarização
do trabalho terceirizado. Ele destacou que a regulamentação impedirá que empresas contratadas funcionem
com múltiplos objetos sociais, apenas como intermediárias entre o trabalhador e a contratante.
O relatório,
informou o deputado, também estabelecerá que o trabalhador terceirizado deve se filiar ao sindicato da mesma
atividade econômica da empresa que o contrata. Segundo ele, falta costurar o consenso na questão dos responsáveis
por garantir o direito dos trabalhadores. “A responsabilidade é subsidiária. Quem contrata tem que fiscalizar,
para saber se a empresa contratada está cumprindo as obrigações trabalhistas. Se não, a responsabilidade
será solidária”, disse Maia.
Segurança Jurídica
Para o diretor
técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz
Lúcio, a falta de regulamentação da terceirização cria insegurança para trabalhadores
e empresários. "A regulamentação é necessária para as empresas e fundamental para os trabalhadores”,
disse Clemente.
Essa também é a avaliação da CNI. A indústria defende a aprovação
do substitutivo que regulamenta o trabalho terceirizado porque dará mais segurança jurídica e protegerá
os direitos dos trabalhadores. Estima-se que exista, somente na administração pública, cerca de 13 mil
ações relacionadas à terceirização tramitando no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
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