A distância física que separa o Brasil da Argentina e do México não é muito grande, mas quando se trata de preços dos automóveis parece que os brasileiros estão num extremo e os argentinos e mexicanos no outro. As diferenças de tamanho dos mercados, da demanda e das variações do câmbio refletem na tabela de preços de um país e de outro. Por isso, essas variáveis são determinantes para as marcas definirem suas estratégias de exportação versus abastecimento do mercado doméstico.
A versão de entrada do Ford Focus hatch, produzido na unidade de General Pacheco, na Argentina tem preço sugerido no Brasil de R$ 55.120, enquanto que no país vizinho ele sai por R$ 36.760, ou seja, uma redução de 33% comparada ao mercado brasileiro. O Ford Ranger 4x2 cabine simples, produzido na mesma planta, custa o equivalente a R$ 39.250 na Argentina. No Brasil, vale R$ 46.800, uma diferença até pequena (R$ 7.500).
Já o Volkswagen Amarok Trendline 4x2 cabine dupla sai 26% menos no outro lado da fronteira, uma disparidade de R$ 23.500. Na tabela, o Toyota SW4 que deixa a fábrica de Zárate, na versão cinco lugares, com transmissão automática, custa R$ 170.380 no Brasil. Esse valor é 48% maior do que os R$ 115.100 cobrados dos argentinos pelo mesmo carro.
Mas essas diferenças não acometem só os modelos fabricados na Argentina. A versão mais barata do Volkswagen Gol G5, fabricado no Brasil, custa para nós R$ 30.685, na motorização 1.0. É R$ 7.275 a mais do que lá, que é vendido por R$ 23.400 no propulsor 1.6.
A margem de lucro praticada pelas montadoras no Brasil faz com que o Peugeot 308, que começa a ser vendido aqui em março, seja, em média, 25% mais caro que o mesmo carro disponível nas lojas argentinas. O hatch da marca francesa partirá de R$ 53.990 e irá até R$ 70.990 no mercado nacional. O modelo médio é vendido com preços entre 104.100 e 144 mil pesos no país vizinho, valores equivalentes a R$ 41 mil e R$ 56 mil.
A justificativa para tal diferença poderia ser o fato de o 308 que será comercializado no Brasil ser importado. Afinal, o veículo é trazido da fábrica de Villa Bosch, na província argentina de Buenos Aires. Mas, graças ao acordo comercial vigente no Mercosul, a Peugeot não paga impostos de importação. Além disso, o mesmo modelo produzido e vendido na França sai por iniciais 18.450 euros - R$ 41.600, valor próximo ao praticado no mercado argentino.
A discrepância também acontece com o Citroën C4 Pallas. Na Argentina, onde é feito e chamado de C4 Sedan, parte de R$ 43.030, diante dos R$ 60.570 daqui.
Mexicanos
Muitos modelos que circulam pelas ruas brasileiras são produzidos no México. O carro é o mesmo, mas o preço que se paga por aqui é muito mais alto. Tiida, Sentra e March, da Nissan, por exemplo, são bem mais baratos no México. O Tiida parte lá do equivalente a pouco mais de R$ 18.600, enquanto no Brasil o preço inicial sugerido é de R$ 44.500. A diferença é de 139%. O Sentra custa a partir de R$ 52.990 no Brasil e R$ 25.700 no México. Já o popular March é vendido no México por R$ 15.825 e no Brasil por R$ 27.790.
Situação similar acontece com outras montadoras, como a GM. A Captiva, que por aqui começa em R$ 94 mil, parte de R$ 41.800 para os mexicanos. Já com os R$ 83.660 necessários no Brasil para comprar um Ford Fusion dá para levar dois para casa no México e ainda sobra um pouquinho de dinheiro. O mesmo ocorre com o Honda CR-V, que lá custa R$ 41.250 e aqui, R$ 88.400.
Fonte: Gazeta do Povo
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