Para os leigos, o escapamento é aquele "cano" do qual sai a fumaça do carro, apesar do conjunto de peças
que forma o escapamento ser muito mais que isto. O importante, porém, é que este tipo de pensamento não
seja levado para dentro da oficina. O mecânico deve ter em mente que esta parte do veículo tem influência
não somente no controle da geração de poluentes do motor, mas também no desempenho direto do carro.
O escapamento é composto por peças interligadas - tubo dianteiro, catalisador, silencioso intermediário
e silencioso traseiro. E a função do sistema de exaustão é conduzir os gases da combustão
e reduzir a emissão de poluentes do motor, além de controlar o seu ruído. Quando danificado, o componente
pode ser substituído parcialmente. Porém, antes de emitir um laudo preciso sobre os problemas ocasionados, o
mecânico precisa fazer a análise de todo o motor, para ter certeza de que não há outra interferência
prejudicando o escape. "O mecânico, muitas vezes, pensa que o escapamento é apenas por onde passa fumaça
e não se atenta às características primordiais de um sistema", diz Valdecir Rebellato, gerente de Engenharia
e Marketing da Mastra. Para ele, o escapamento geralmente é discriminado pelo profissional da reparação.
Os componentes originais de reposição duram cerca de dois anos, pois é natural a deterioração conforme o tempo de uso. Insistir em rodar com um produto deteriorado gera incontáveis prejuízos para o proprietário. "Colabora com o aumento direto do consumo do combustível, além de causar uma mudança nas taxas de contra-pressão, que provocam alterações no sistema de injeção, arraste de óleo do motor e desgaste prematuro de peças. Além disso, é prejudicial à saúde porque compromete a conversão de gases", enumera Rebellato.
Ele afirma que a substituição do escapamento também é necessária quando avarias passam a causar problemas de ruído, caracterizado por sopros de gases, chocalhos no catalisador, som estridente, ressonâncias ao trocar marchas, entre outros. Também é recomendado checar o sistema quando o veículo está com baixo rendimento ou com excesso de consumo de combustível. "O motor é o coração do carro e o escape é o pulmão, é o que garante vazão para o que está sendo queimado", compara.
Conversor catalítico - Rebellato explica que o catalisador está presente desde 1992 em veículos nacionais que possuem controle de emissões e/ou injeção eletrônica. Ele ressalta a importância que o componente possui. "Nos carros atuais, é um absurdo não usar uma peça original, principalmente porque interfere na contra-pressão, o que pode ocasionar defeito em sensores de temperatura, rotação, oxigênio, entre outros", diz.
A peça funciona como um redutor da poluição gerada pela combustão do motor. Por meio de reações termoquímicas, os gases tóxicos passam pelo catalisador e se tornam menos prejudiciais à saúde. Porém, há ainda quem não se importe com este item fundamental. "Nós temos relatos de pessoas que tiraram o catalisador para não ter que gastar com a peça. Além de poluir, aumenta o nível de ruído e desregula a injeção, o que faz com que o carro aumente o consumo de combustível. Em um ano, o motorista pode até extrapolar o valor da peça com gastos extras", alerta.
Outra realidade são as falsificações que necessitam de uma grande atenção do reparador. Muitas vezes trazem a palavra "abafador" estampada na peça, mas não passam de itens irregulares, sem as especificações obrigatórias. Esses componentes são formados por uma carcaça com tubo soldado, sem o suporte cerâmico revestido com óxido de alumínio e metais ativos, que realizam a conversão. Custam mais barato, mas não funcionam corretamente.
Todos os catalisadores fabricados ou importados desde abril de 2010 passaram a receber o selo de certificação do Inmetro, que estabeleceu critérios de avaliação da conformidade dos conversores destinados à reposição. A medida tem a finalidade de garantir qualidade e durabilidade compatível com as necessidades de controle ambiental, além de combater o comércio de peças ilegais.
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