É fato que os clientes procuram oficinas com preço baixo e serviço de qualidade, a localização também é importante, mas se o serviço compensa ela fica em segundo plano. O equilíbrio entre esses dois itens é a chave para o sucesso. Mas, para isso, é necessário saber mais do que quanto se gasta e quanto se recebe. Para especialistas, é necessário ter a compreensão de como funciona a oficina, de forma integrada e sistêmica, abrangendo todas as dimensões da sua gestão de custos.
De acordo com um levantamento feito pela Central de Inteligência Automotiva (CINAU), no Brasil, em um raio de 100
quilômetros, existem 300 centros de reparação automotiva independentes. Em um ambiente de alta competitividade
como esse, a gestão de custos transforma-se em uma ferramenta estratégica.
Segundo o consultor do Sebrae
especialista em gestão empresarial, Arivaldo Halgreen, o proprietário da oficina precisa gerenciar a entrada
e saída de recursos: ”É necessário ter controle sobre os valores gastos com a aquisição
de peças, ferramentas e outros materiais necessários para o funcionamento da oficina, tais como eletricidade,
água e funcionários. Conhecendo seus custos, será possível identificar o valor correto para cobrar
por seus serviços”, explicou.
Para o diretor da Ultracar, empresa especializada em gestão de oficinas e negócios automotivos, Fábio Moraes, existem duas formas de administrar bem uma oficina e gerenciar seus custos: “Primeiro é necessário conhecer os números da sua empresa e do mercado. Depois, ter uma ferramenta (software ou planilha) que seja de fácil utilização e realmente o ajude no seu dia a dia”, disse.
Moraes ressalta que o sistema de gestão engloba todos os aspectos, mas observa que itens como EPIs (equipamentos de proteção individual), treinamentos, benefícios e encargos devem ser considerados na equação que define os custos.
Outro ponto destacado é identificar as horas produtivas disponíveis. “Mensurar a hora trabalhada vai nos dizer como anda a produtividade da empresa e quanto custa cada funcionário, que é uma das maiores partes do gasto operacional”, afirma Moraes. O cálculo deste número é simples: multiplica-se o número de horas trabalhadas por dia pelos dias trabalhados no mês, e o resultado pela quantidade de funcionários da empresa.
Quadro com exemplo
Horas trabalhadas por dia (por funcionário) |
8.5 horas |
Dias trabalhados por mês (média) |
21 dias |
Número de produtivos |
15 funcionários |
Horas produtivas disponíveis |
2.667,5 horas / mês |
O custo por hora de cada funcionário pode ser calculado somando-se o salário mensal, benefícios e as despesas extras, como por exemplo, materiais de trabalho, de proteção e encargos trabalhistas. Depois divide-se o valor obtido pela quantidade de horas trabalhadas no mês. Normalmente são 176 horas, considerando a jornada de trabalho de 44 horas semanais.
Outro destaque feito por Moraes foi a possibilidade de analisar cada departamento de maneira individual. Pode-se dividir a oficina em cinco partes: 1 – Administrativo, 2 – Financeiro, 3 – Estoque, 4 – Produtivo e 5 – Fiscal. “Assim os relatórios vão apontar os números de cada área individualmente, e as ações pontuais surtem mais efeito”, encerrou.
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