A tecnologia para a produção de pavimentos asfálticos que utiliza 95% de agregados minerais e 5% de cimento asfáltico de petróleo (asfalto), desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem/MCTI), recebeu certificado de patente recentemente. A ideia dos pesquisadores é utilizar os resíduos gerados pela indústria de rochas ornamentais e reduzir os impactos desse material no meio ambiente.
A maior parte das rochas usadas como agregados no Brasil são basálticas. Precisam ser extraídas e processadas para aplicação no pavimento. Com o novo processo, em vez de aplicar um agregado extraído diretamente da natureza para esse fim, passou-se a utilizar o resíduo das etapas de corte e beneficiamento de rochas ornamentais.
O trabalho foi iniciado em 2001 como linha de pesquisa da tese de mestrado e, posteriormente, de doutorado, de autoria do engenheiro químico pesquisador Roberto Carlos Ribeiro, sob a orientação do químico e doutor em engenharia mineral Julio Guedes, ambos servidores do Cetem. “Começamos a verificar as maneiras de melhorar o asfalto e como ele interagia com outros materiais”, acrescenta Ribeiro.
Segundo os pesquisadores, a composição de pavimento com material a partir da atividade com rochas ornamentais mostrou-se eficiente em vários aspectos – tanto pela redução dos custos do pavimento, mantendo as propriedades mecânicas e químicas, quanto na mitigação do impacto ambiental. “A ideia era tirar os resíduos de rocha do ambiente, algo nocivo que era jogado nos rios e lagoas e acarretava problemas como o assoreamento”, explica Guedes.
Adequado à lei - Trata-se também de uma opção que atende às exigências da Lei de Resíduos Sólidos que passará a ser fiscalizada com mais atenção no Paraná até o fim de 2013 e impõe multas e outras sanções às indústrias que estiverem em desacordo.
A nova tecnologia de uso dos resíduos de rochas ornamentais já gerou resultados práticos para a região, aonde o material chegou a ser utilizado, em 2004, no recapeamento da estrada principal que liga o município de Pádua à cidade de Pirapetinga (MG). Uma parceria também foi firmada entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT/MT) e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), com o objetivo de viabilizar novas iniciativas.
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