Dois workshops que fazem parte do projeto para diagnosticar a cadeia produtiva do setor de construção civil, foram realizados em Curitiba, nos dias 26 e 27 de novembro. A intenção da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que conduz o trabalho, é criar uma agenda pública com ações estratégicas para o desenvolvimento sustentável do setor de agregados para a construção civil para 2013. O projeto tem parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O primeiro dia de evento foi destinado especialmente para o segmento de cerâmica vermelha. Segundo dados da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), o setor é responsável por 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com faturamento de R$ 18 bilhões e 293 mil empregos diretos em 7.400 empresas. São produzidas 24 mil peças por operário/mês. A maior concentração de empresas fica na Região Norte e Centro Oeste.
Ficou claro durante o workshop que incentivo e acesso ao crédito podem impulsionar expansão, aumento da capacidade produtiva e melhoria da competitividade. “Principalmente para a melhoria de máquinas e equipamentos”, revela Willian C. de Souza, assistente de projetos da ABDI.
Minerais não-metálicos – A intenção do estudo não é desenvolver uma solução somente para o setor de cerâmica vermelha, mas sim para todos os agregados da construção civil. Esse foi o assunto tratado no segundo dia de workshop. Diversas demandas e oportunidades são compartilhadas por todos os setores envolvidos, principalmente os de minerais não-metálicos.
“De modo geral é observada uma dificuldade de articulação entre os empresários, destes com os demais elos, e até mesmo entre os órgãos governamentais”, revelou a apresentação. Único APL de agregados registrado pelo MDIC no dia 23 de agosto de 2012 é o de areia de Piranema, no Rio de Janeiro, que ainda está em desenvolvimento. O que mostra a desarticulação do setor.
Segundo pesquisa realizada pela Universidade Metodista de Piracicaba, a articulação através de Arranjos Produtivos Locais (APLs) melhora o nível competitivo, agrega valor ao produto, facilita ações de marketing que aumentam as vendas e fortalece a marca no mercado.
No decorrer da apresentação foram apresentadas prioridades e debatidas soluções possíveis. Entre esses pontos chave está a estrutura legal, que deve atender às especificidades do setor para evitar conflitos e diminuir entraves à formalização. “Estima-se que 70% das empresas produtoras de areia apresentam alguma irregularidade”, apontou Souza.
É preciso também ampliar a qualificação da mão de obra e melhoria das condições de trabalho. Elevar o padrão desses dois itens pode proporcionar ganhos de produtividade e retenção dos profissionais.
As escolas itinerantes do Senai podem ajudar nesse processo, já que atendem atualmente ao setor de confecção industrial, confecção doméstica, mecânica de motocicleta, mecânica de bicicleta, panificação, informática e construção civil.
A ABDI disponibiliza duas pesquisas on-line voltadas a empresários. Os resultados vão ajudar a traçar as políticas que serão apresentadas ao final do trabalho. Para acessar e responder às perguntas do setor de agregados da construção civil em geral clique aqui. Para as específicas do setor de cerâmica vermelha clique aqui.
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