A valorização da moeda norte-americana frente ao Real trouxe novo ânimo ao setor madeireiro. As indústrias, que sobreviveram à crise econômica de 2008, acreditam que com o dólar acima de R$ 2 será possível reativar as exportações, porém a partir de 2013. Mas esse é apenas o primeiro passo. O segundo é a desoneração da folha de pagamento, reivindicação que há algum tempo vem sendo levada ao governo federal.
De acordo com o presidente do Sindicato da Madeira em Ponta Grossa, Joselito Antônio Przybzlovicz, a desoneração é imprescindível para a redução dos encargos trabalhistas. "A madeira serrada precisa da desoneração que foi concedida para a indústria moveleira e de chapas de madeira. Esta medida é de extrema necessidade para que o nosso produto se torne competitivo lá fora, e mesmo com a desoneração a retomada do mercado será gradativa. Acreditamos que o impulso virá após um ano da implantação da medida. A alta do dólar é só o primeiro passo para o setor se recuperar", diz. Joselito dirige uma indústria de pallets e embalagens de madeira em Ponta Grossa.
O presidente lembra que entre 2008 e 2009, no auge da crise, muitas madeireiras fecharam as portas. "Não temos números exatos, mas foram muitos fechamentos e demissões. Menos de 10% das empresas que interromperam a produção conseguiram retomar as atividades", fala. Na época, o sindicato estimava a extinção de mais de 2 mil postos de trabalho. Hoje, são cerca de 80 empresas na região e em torno de 2 mil trabalhadores.
Perspectiva
Para o empresário do ramo, Ivo Brem, a tendência é de melhora no setor. "Acreditamos que com a alta do dólar o mercado sentirá uma recuperação, mas com a crise perdemos clientes no exterior. Não há consumo do nosso material em outros países", conta.
Segundo o empresário, muitas madeireiras perderam clientes para a China. "Eu exportei minha produção durante alguns anos, mas parei. Infelizmente, a China atrapalhou o mercado externo", relata. Ivo mantém uma fábrica de brinquedos educativos em Ponta Grossa.
Com a produção voltada para o Brasil, Ivo diz que mesmo produzindo apenas para clientes nacionais, a empresa encontra dificuldade. "Temos clientes no mercado interno, mas está muito difícil se manter. Precisamos de incentivos do governo", alerta.
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