O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) registrou variação de 0,25% em setembro, uma redução de 0,54% em relação a agosto (0,79%). A mão de obra no setor contribuiu para a redução com queda de 0,91%. Porém, no acumulado dos últimos 12 meses, o custo com o trabalhador cresceu 10,66%, enquanto o material de construção aumentou 1,41%. Para reverter o quadro apresentado pelo índice, que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal, não há segredo, mas demanda investimento e tempo.
O custo da construção nacional por metro quadrado chegou a R$ 845,10 no mês passado, dos quais R$ 449,30 representam os materiais de construção e R$ 395,80 referem-se à mão de obra. Tanto os materiais quanto o custo com o trabalhador apresentaram queda 0,23% e 0,91%, respectivamente. Mas no acumulado dos últimos 12 meses observa-se uma grande diferença na variação de gasto com os dois itens. Valor total despendido pelas empresas com mão de obra cresceu 10,66% e 1,41% com os insumos.
"A situação hoje é clara: falta mão de obra, o que encarece a que existe", resume Ana Maria Castelo, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas. Segundo a especialista, a alternativa é massificar a qualificação dos trabalhadores e investir em industrialização. Apesar de esses investimentos demandarem tempo, eles são indispensáveis. "Na medida em que o setor estiver aquecido, exigindo mais trabalhadores, o mercado certamente sofrerá com maior demanda salarial", analisa.
O setor encontra-se nessa situação principalmente porque a construção civil obteve avanço importante e muito rápido a partir de 2008, não dando tempo para as empresas se adaptarem. "Antes do crescimento era difícil exigir investimento em qualificação, ou até mesmo em novos processos tecnológicos", pondera.
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