As indústrias de massas e biscoitos projetam para 2014 expansão no faturamento na faixa de 3% a 7%, em relação
ao ano passado. Os volumes a serem produzidos tendem a empatar com o do ano passado, no caso das massas. Para biscoitos, pode
haver aumento de 3%.
A estratégia dos fabricantes é continuar apostando na venda de produtos de maior valor
agregado, o que permitiria aumentar ou recompor margens de lucro, pressionadas em 2013 por insumos mais caros.
A Associação
Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias e Pão e Bolo Industrializados (Abima) projeta que as
vendas de massas alimentícias cresçam entre 3% e 4% em 2014 - mais do que os 2% a 3% estimados para 2013. Os
dados consolidados sairão nos próximos meses, mas, se confirmado, o ritmo do crescimento da indústria
de massas em 2013 ficará abaixo da projeção feita no começo do ano, de 3,5%. E o avanço
será similar ao de 2012, quando o faturamento cresceu 2%, para R$ 6,22 bilhões, e o volume recuou 0,4% em relação
a 2011.
A estimativa do setor de biscoitos é que seu faturamento, de R$ 7 bilhões em 2012, tenha crescido entre 8%
e 10% no ano passado. Em maio, a estimativa da Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib)
era de que seria possível crescer 10%. Mas a previsão para 2014 é de uma expansão de 7%, em valor.
Já os volumes podem crescer 3% em relação a 2013.
O volume de biscoitos produzido no ano passado deve
ter empatado com o de 2012, quando o setor fabricou 1,25 milhão de tonelada, segundo a Anib.
Os fabricantes de biscoitos
identificaram que o consumidor está procurando um mix de produtos mais "rico" e trocando o produto simples por aqueles
mais elaborados, como recheados ou funcionais, mais caros.
Em 2014, segundo Claudio Zanão, presidente da Abima,
a previsão é de que o faturamento de pães industrializados cresça 10%. Para bolos prontos, a projeção
é de uma alta de 13% porque "o mercado ainda não está consolidado como as massas e pães". Já
o macarrão está presente em 99,6% dos lares no país, de acordo com o executivo.
"O grande destaque
do ano [2013] foi a consolidação da tendência de migração do consumo para produtos com maior
valor agregado, resultado do aumento do poder de compra do consumidor", diz Alexandre Colombo, presidente da Anib. "Também
atribuo o desempenho do setor em 2013 à diversificação dos produtos oferecidos", disse ele, que também
notou maior demanda por produtos "com mais apelos à saúde e ao bem-estar".
As empresas, então, ampliaram
o leque de produtos funcionais, integrais e naturais. O setor também, segundo o executivo, ofereceu novas embalagens
e formatos. O modelo de lojas "atacarejo" abriu espaço para pacotes tamanho-família.
Já Zanão,
presidente da Abima diz que a indústria de massas tem o objetivo de estimular a variação do consumo,
uma vez que 57% das vendas de massas secas no país são de espaguete, enquanto são produzidos outros 50
formatos diferentes de macarrão no Brasil.
Quanto ao pão industrializado, o cenário é mais
favorável, diz Zanão. "As empresas estão apostando na diversificação de sabores, tipos
e quantidades de grãos para dar opções mais saudáveis, bem como em embalagens diferentes para
atender às diversas preferências. O bolo industrializado, por sua vez, também apostou na diversificação
de sabores e em monoporções [porções individuais], tendência que está em alta."
Os
setores de massas e biscoitos tiveram um 2013 complicado em relação ao aumento de custos. A quebra de safras
de trigo no Brasil e na Argentina reduziu a oferta desse insumo e impactou a cadeia de alimentos. E a alta do dólar
ante o real afetou os preços de matérias-primas: do leite ao plástico e alumínio para embalagens,
tudo ficou mais caro no ano.
As fabricantes que não conseguiram repassar os custos ao consumidor, perderam margem.
A inflação na cadeia foi generalizada. Zanão, da Abima, diz que o setor de massas teve "alguns repasses
de preço, que chegaram a 20%" devido à alta do trigo (ver gráfico acima).
Segundo Colombo, da associação
de biscoitos, o aumento no preço da farinha de trigo foi de mais de 50% em um ano e meio, e o reajuste médio
de preços em 2013 ficou em 10%. Além do trigo, a Anib informa que o aumento de custos com gorduras estimularam
o repasse de preços. Os biscoitos estão presentes em 99% dos lares, de acordo com a associação.
A
inflação medida pelo IPCA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que nos
12 meses até novembro a farinha de trigo subiu 32,56%. O pão doce ficou 14,76% mais caro, no mesmo período.
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