Produtores de trigo fazem proposições ao Governo
Discussões envolvendo importação da Argentina e ausência de políticas voltadas à atividade aquecem o setor trigueiro
Ao mesmo tempo em que há crescimento nas importações de trigo da Argentina, um grupo de entidades apresenta proposições de ações e políticas públicas para a safra 2012/2013 do cereal em audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara Federal. A reunião aconteceu no dia 29 de novembro, em Brasília.
O cultivo do trigo está concentrado na região Sul (90%). O segmento agroindustrial movimenta 1,1 milhão
de empregos, principalmente no Sudeste e no Nordeste, onde está a maioria das panificadoras, indústrias de massas
e biscoitos.
"Observando a oferta e a demanda de trigo no Brasil, fica evidente que é possível ampliar
a produção brasileira e reduzir a dependência externa, com qualidade equivalente ao produto importado.
Mas, para isso, o produtor precisa de uma política governamental definida e durável para essa cultura, com expectativa
de liquidez na próxima safra", afirma o chefe-geral da Embrapa Trigo, Sergio Roberto Dotto.
O documento "Propostas
de políticas para a triticultura brasileira - safra 2012/2013" conta com 29 proposições, divididas em
nove grandes temas: (1) Preço mínimo de garantia e instrumentos de comercialização; (2) Qualidade
e padrão oficial de classificação do trigo; (3) Salvaguardas a importações de trigo; (4)
Vigilância sanitária e meio ambiente; (5) Legislação de cabotagem; (6) Recursos e juros para custeio;
(7) Seguro de produção; (8) Tributação do trigo e de derivados; e (9) Apoio às atividades
de suporte à produção do trigo. Propostas direcionadas às culturas de aveia, cevada e triticale
também são encaminhadas nesse documento.
Trigo argentino - A Argentina fechará 2011 com
um aumento nas vendas externas do cereal para o Brasil, apontam dados do Ministério da Agricultura (MAPA). Na última
safra (2010/11), os argentinos tiveram uma de suas maiores colheitas da história, permitindo que o Governo do país
liberasse volumes adicionais para a exportação.
A Argentina autorizou licenças para vendas externas de mais 2,7 milhões de toneladas, confirmando que o país conta com um excedente exportável expressivo, disseram fontes do mercado no Brasil. De janeiro a outubro, o Brasil já importou 3,7 milhões de toneladas de trigo da Argentina, volume que supera o total importado em todo o ano passado (3,6 milhões) e também as importações feitas em 2009 (3,2 milhões de toneladas), segundo informação do MAPA.
Com a recente liberação de mais trigo da safra passada da Argentina para a exportação, a importação do cereal pelo Brasil poderá voltar em 2011 aos patamares registrados em 2008 (4,2 milhões de toneladas), ainda que seja improvável que cheguem ainda este ano aos mais de 5 milhões de toneladas de 2007 e 2008.
FONTE:Boletim Sindical SINCABIMA/FIEP
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