Leia o discurso de posse de Edson Campagnolo

Novo presidente da Fiep agradeceu apoios, apontou prioridades de sua gestão e afirmou que entidade será parceira do poder público no desenvolvimento do Paraná e do Brasil

Discurso de posse do presidente da Fiep, Edson Campagnolo
Curitiba, 30 de setembro de 2011

Senhoras e Senhores,

Inicio meu pronunciamento agradecendo a Deus. A Ele toda Honra, Glória e Poder! Através Dele, manifestado no amor concedido a meus pais, me deu a vida.

Agradeço a minha mãe, Dirce, e ao meu pai, Luiz, homem pouco letrado que tinha o sonho de estudar e fazer faculdade. Mas a infeliz ignorância de meu avô não permitiu a ele esta oportunidade.

Homem obstinado, dizia que seus filhos teriam que estudar para ter um futuro melhor. Em busca deste sonho, em 1969, saímos de Francisco Beltrão para morar em Curitiba.

Quis o destino que, em 1977, após acidente trágico, ele e minha irmã Edna perdessem a vida.

Aos 17 anos, esse episódio me conduziu para outra realidade. Junto com minha mãe, iniciei minha vida empresarial, justamente pelo conhecimento que D. Dirce tinha como costureira e modelista. Prática que aprendeu sozinha, lendo as revistas de moda alemã Burda, que meu pai trazia na volta de suas viagens.

Agradeço a minha esposa, Sueli, companheira amorosa, pelos sonhos que realizamos juntos e pelas vezes que ela abriu mão de seus sonhos para realizar os meus. Temos dois filhos, Matheus e Thiago, concebidos a nós pelo milagre do Senhor. Atualmente estão cursando Administração de Empresas e peço a Deus que os encaminhe na vida empresarial. Seja qual for o caminho deles no campo profissional, desejo do fundo do coração que sejam felizes.

Agradeço a meu irmão Julio, engenheiro civil. Através dele realizamos o sonho de nosso pai. Cabe a ele a responsabilidade de dirigir o Departamento Comercial da Rocamp. A Márcia, minha cunhada, e meus sobrinhos Lucas e Luiz, pelo carinho e amor que temos uns pelos outros.

Aos meus sogros, Irineu e Terezinha. Quando casei com Sueli, ganhei de presente um pai e uma mãe. A Gisele, minha cunhada, e suas filhas, Angela, Camila e Marina, também meu reconhecimento.

Ao Roveda, meu advogado há 15 anos. Um irmão. E agora com o desafio de me auxiliar nesta casa. E a sua esposa Andressa, meu carinho.

Agradeço ao presidente Rodrigo, pela escolha de meu nome na sucessão da Fiep e pelo legado que ele deixa. Uma entidade organizada, com inúmeros programas e projetos para serem implementados. E cabe a mim e à nova diretoria a responsabilidade da condução destes a partir de hoje.

Agradeço a cada um dos 69 delegados e presidentes de sindicatos que confiaram o seu voto em nossa chapa. Foi uma eleição difícil, com momentos de muita tensão e demonstração de forças desiguais, com ingerência de forças no mínimo “estranhas” e nada habituais numa entidade como a nossa Fiep.

O que me preocupou nesse processo é que esse jogo, não tão limpo, escancarou algumas práticas que infelizmente fazem parte das eleições e da vida político-partidária, numa afronta a nossa democracia.

Felizmente a maioria dos homens públicos que conheço perseguem outros ideais. E como idealista, quero estar vivo para assistir a justiça reinar em nosso Brasil.

Os 75% dos votos que conseguimos consolidaram e blindaram nossa entidade de toda e qualquer intenção daqueles que não tenham o DNA de industrial. Temos hoje uma FIEP INDEPENDENTE.

Agradeço a todas as pessoas que estiveram comigo em minha caminhada na defesa de interesses do setor empresarial do Estado e da nação. Na presidência da Associação Comercial de Capanema, na Cacispar, no Sindicato do Vestuário do Sudoeste e chegando hoje à presidência da Fiep.

Agradeço a toda equipe de colaboradores de nossas empresas. Da Dona Maria, zeladora, ao diretor administrativo, Rodrigo. Parte dela inclusive está aqui hoje. Percorreu os 600 quilômetros de Capanema a Curitiba para estar conosco nesta noite.

Enfim, agradeço a todos que, de alguma maneira, tiveram participação. Divido esta conquista. Em especial agradeço aos meus 53 diretores hoje empossados.

Aos meus companheiros presidentes de várias federações do Brasil, aqui presentes ou representados, quero lhes dizer que vim para somar.

Ao Sistema Fiep tenho a dizer que, a partir de agora, são outros desafios. Em nome de nossa diretoria, quero transmitir as seguintes informações:

Comunico que formalizei convite ao Sr. Ovaldir Nardin para continuar como CEO da Fiep e suas casas, e este aceitou. Ele terá a responsabilidade de dirigir o competente quadro funcional de uma das federações mais respeitadas do Brasil. E como costumo dizer nas reuniões, contem comigo que conto com vocês!

Informo que convidei o Sr. Marco Secco para ser Diretor Regional do Senai Paraná. E nesta casa teremos o desafio de chegar em 2015 com o número de 500 mil matriculas, dentre outros tantos desafios. Confio nele e na competência de nossa equipe. E aqui temos como símbolo desse trabalho a presença de dois alunos do Senai, premiados na competição educacional “Olimpíada do Conhecimento”.

No Sesi, convidei o amigo José Antonio Fares para manter a qualidade dos serviços prestados por esta casa. Pois quando assumimos, em 2003, esta casa estava desmontada – e porque não dizer, nas cinzas. Com seu conhecimento como gestor de RH, colocou ordem na casa.

O Colégio Sesi, uma das maiores bandeiras do Sistema Fiep, foi idealizado pela Sra. Márcia Rigon, aqui presente, e pelo idealismo do nosso presidente Rodrigo da Rocha Loures. O Colégio Sesi é hoje a maior rede particular de ensino médio do Estado. Estes 11 alunos que vocês veem em pé representam os 11 mil alunos deste sistema.

Quero compartilhar ainda o Programa Atleta do Futuro, que conta hoje com 37 mil jovens em todo o Estado. Este trabalho tira o jovem das ruas e o mantém numa prática esportiva orientada por educadores físicos do Sesi, em parceria com empresas e prefeituras. Lamentamos, caro amigo Paulo Tigre, que este programa tenha sua verba reduzida pela CNI.

Mas para mantê-lo, quero convidar o senhor governador Beto Richa, através da Secretaria de Esportes, a ser parceiro deste programa. E, não tenha dúvidas, senhor vice-governador Flávio Arns, que estaremos contribuindo em muito para parte de suas propostas de governança.

Sobre o IEL, o amigo Fares terá também a responsabilidade de fazer o novo IEL, junto com a Unindus e a Famec.

Senhoras e senhores, com relação à Fiep vamos manter posição firme na defesa de interesses do setor produtivo, em especial dos industriais de nosso Estado e nação. Não com postura crítica, mas para contribuir, de forma COMPARTILHADA, na construção de um Brasil mais justo para o bem estar de nossa população.

Senhor vice-governador Flávio Arns, tenha a certeza de que tem em mim e nesta diretoria, que representa 42 mil empresas, homens e mulheres aliados para continuar a construir um Paraná digno e decente, gerando oportunidades e qualidade de vida para todos os paranaenses.

Desde o início de seu mandato, senhor vice-governador, temos tido parcerias e convênios. Com a Secretaria de Educação, com a Secretaria de Meio Ambiente, do secretário Jonel Iurk, com a Secretaria de Justiça, da secretária Maria Teresa Uille Gomes. E na secretaria de Turismo, com o secretário Faissal Saleh, ao qual dizemos que confirmamos nossa adesão ao Núcleo Regional de Turismo na Fronteira. Além de outras ações que já foram desenvolvidas com o Sesi e Senai.

Em nossa região Sul, vamos reforçar a Frente Industrial/Parlamentar Sul, junto com a Fiesc, presidida pelo amigo Glauco Corte, e a Fiergs, presidida pelo amigo Heitor Muller, aos quais agradeço suas presenças.

Vamos também atuar alinhados com a CNI nos temas nacionais, sob a direção de nosso presidente Robson Andrade, aqui representado pelo companheiro Paulo Tigre.

Senhores, o desafio de desenvolver a industrialização em todas as regiões do Estado esbarra nas deficiências de infraestrutura e logística. Um gargalo que emperra o desenvolvimento e afugenta o interesse de investidores, em especial grandes projetos de empresas nacionais e multinacionais de ir para o interior.

Queremos estimular e ser um dos atores para instalar o BANCO DE PROJETOS. Através dele, queremos criar um fundo de investimento de R$ 600 milhões, com objetivo de construir projetos e viabilizar, através de PPPs, um grande programa de investimentos na área de infraestrutura no Estado. Na melhoria da malha rodoviária, nas ferrovias e aeroportos. Isso para, num horizonte de 20 anos, podermos viabilizar investimentos na ordem de R$ 18 bilhões.

Excelentíssima Senhora Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, que neste ato representa nossa presidenta Dilma Roussef, ausência que lamentamos. Agradecemos à senhora, que nos honra com sua presença. Quero pedir que transmita a nossa presidenta que as atitudes que vêm sendo tomadas no combate à corrupção e as recentes medidas na área econômica, protegendo a indústria brasileira, na minha opinião pessoal são gestos de uma grande estadista. Estas atitudes me permitem sonhar. O Brasil tem jeito!

E, não desmerecendo os homens, queira Deus que as mudanças e reformas tão necessárias venham pelas mãos de uma mulher.

Não posso deixar de dizer que as reformas – tais como a tributária e fiscal, trabalhista, previdenciária, política e outras – são necessárias e URGENTES. Por que não dizer: para ontem. Neste esforço, é necessário que nossos deputados e senadores aqui presentes se entreguem e ouçam o anseio da sociedade brasileira.

Senhores legisladores, vocês sabem que infelizmente, e devido a uma minoria de maus políticos, a classe política goza hoje de uma grande rejeição e muitos não acreditam no Poder Legislativo. Conclamo-os para que os senhores façam a diferença e assumam, sem corporativismo, as reformas tão almejadas.

Esperamos, ministra Gleisi, que a presidenta Dilma indique com urgência o 11º ministro do STF, para que aquela corte constitucional possa decidir a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições municipais do próximo ano e afaste definitivamente os maus políticos da vida pública.

A meu ver, o atual sistema eleitoral é ruim. É inadmissível termos eleições a cada dois anos. Também não consigo aceitar as tais verbas parlamentares, que são objeto de desejo de todos os prefeitos, que precisam ir a Brasília passar o chapéu. Ora, onde os tributos e contribuições são arrecadados? Nos municípios. Portanto, a fatia destes deve ficar onde de direito: nos próprios municípios. Com certeza as Câmaras de Vereadores, fiscalizadas pela população, poderiam destinar e fiscalizar melhor os recursos.

Como todos vocês que sonham por um Brasil melhor, eu também sonho! Não vamos perder a esperança. Rogo a Deus que continue a olhar sobre a nossa nação e seu povo.

Nesta noite, a temática da posse é Paraná. E vocês perceberam desde o convite, passando pela decoração, alimentos, bebidas (menos o vinho….), até o perfume do presidente é do Paraná. E foi um presente do Sr. Miguel Krigsner, um perfume com edição limitada, o DUO do Boticário.

Amigos, e porque não dizer irmãos – e me dirijo assim porque aqueles que me conhecem sabem que o Amor de Deus nos permite falar assim. Deus quer que todos conheçam a Verdade. Nós, brasileiros, felizmente respeitamos as autoridades. Isso é bíblico. Talvez por isso Deus tem olhado pelo nosso povo.

Antes de finalizar, quero lhes dizer que durante esses dias após eleito, tenho refletido sobre este pronunciamento e como deveria fazer o encerramento dele.  E nesta semana, mais precisamente em Palmas, onde fui dar posse ao amigo Roni Marini, veio a confirmação, depois de minha leitura devocional diária. A resposta veio em 1º Coríntios, 9:16. “Ai de mim se não anunciar o evangelho”.

Há dois mil anos, caminhou (e, acreditem, ainda caminha), a maior autoridade que já existiu. Seu nome é Jesus Cristo. Devo lhes dizer que também fui eleito para lhes transmitir esta boa nova: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho unigênito, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” – João, 3:16.

Quando finalizo minhas mensagens ou e-mails, termino assim:

Fiquem na Paz!

Obrigado.