Com a melhoria da operação dos portos, o objetivo passa a ser movimentar as cargas com origem e destino no Porto de Paranaguá utilizando o modal de menor custo logístico – nesse caso, o ferroviário.
Para tanto, a Fiep busca junto ao Governo do Estado do Paraná, ao Governo Federal e aos Concessionários que operam as ferrovias no estado, condições para que seja triplicado o volume transportado de cargas via ferrovias no Paraná, interligando assim o setor produtivo com o Porto de Paranaguá.
Trabalha-se no projeto de uma nova ligação ferroviária entre Guarapuava e Paranaguá, fazendo com que esse modal passe da atual movimentação de 10 milhões de toneladas por ano para 30 milhões, triplicando a capacidade e aumentando a participação desse modal dos atuais menos de 20% para futuros 50% da movimentação de cargas de Paranaguá.
Para tanto, além da missão empresarial realizada em 2016 ao Japão, em busca de investidores, e contatos feitos com investidores de países como China, EUA, Canadá, França, Alemanha, Rússia e Itália, a Fiep participa de estudos da ampliação do Corredor de Exportação, tanto da malha norte (Maringá/Londrina) como da malha oeste (Cascavel/Guarapuava).
As obras previstas passam por fases, sendo a primeira a de melhorias no atual trajeto e correção de traçado da Curva São João na Serra do Mar. Com isto, novas e modernas locomotivas poderão trafegar desde a origem até o porto sem a necessidade de troca de máquinas em Curitiba e desmembramento de composições de 100 vagões em composições menores de apenas 50 vagões. Essa obra, aliada ao aumento do comprimento dos pátios de cruzamento existentes, bem como instalação de novos pátios, devem já trazer um significativo aumento da capacidade de transporte ferroviário no estado.
No médio prazo, uma nova ligação ferroviária entre Guarapuava e o município da Lapa, na localidade conhecida por estação Eng Bley, será construída eliminando-se o gargalo da Serra da Esperança e permitindo um enorme crescimento do transporte de cargas da região Oeste do Paraná via ferrovias.
Finalmente, projeta-se uma nova descida da Serra do Mar, com um traçado moderno composto por túneis e viadutos, trazendo maior segurança, economia de combustível, redução de emissões e um expressivo aumento da capacidade de transporte ferroviário, deixando ainda a atual estrada de ferro centenária para uma maior exploração turística.
Para a realização de todas essas obras, está próxima a contratação do Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) do Estudo de Impacto de Meio Ambiente e Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA-RIMA). Com esses dois projetos será possível obter a Licença Prévia Ambiental para execução da obra e realizar os contatos com investidores nacionais e internacionais, pois estarão detalhados o tempo de retorno do investimento e todas as questões ligadas à engenharia e às cargas a serem transportadas.
Recentemente, a Secretaria Estadual de Planejamento do Paraná realizou um amplo estudo de origem e destino de cargas movimentadas por Paranaguá, atestando a viabilidade econômica dessa ampliação da capacidade da ferrovia. A Fiep participa desse estudo e de todas as tratativas desse tema com o objetivo de mudar a matriz de transportes do Paraná (cargas do Porto de Paranaguá) de hoje predominantemente rodoviária (75% do total) para uma situação onde a ferrovia representará 50% da movimentação das cargas.
A Medida Provisória 752 está em análise pelo Congresso e a Fiep apresentou sugestões de emendas, como a definição clara do direito de passagem em ferrovias concessionadas, onde um operador ferroviário independente poderá exercer esse direito de passagem sobre uma linha concessionada, gerando assim a tão saudável concorrência nos trilhos e a quebra dos monopólios hoje reinantes nas ferrovias brasileiras.