Produtividade do Trabalho no Brasil
A produtividade do trabalho costuma receber diversas formas de mensuração, entre as quais destacam-se: produção física/horas trabalhadas, receita líquida/pessoal ocupado, valor bruto da produção/pessoal ocupado. Todas essas medidas, mesmo que relevantes, estão mais diretamente associadas a esforço de produção ou vendas do que necessariamente de produtividade. Nesse sentido, a que apresenta as melhores condições de refletir a realidade do aumento do valor adicionado gerado pelas organizações e contribui para o aumento da riqueza gerada é a relação entre valor adicionado na produção e a quantidade de pessoas ocupadas na referida atividade. Essa medida considera o valor que trabalhador contribuiu para a geração de valor adicionado em determinada atividade. Ela pode ser realizada utilizando-se informações existentes na publicação “Produção Industrial Anual” do IBGE.
A tabela 1 apresenta a evolução da produtividade do trabalho da indústria de transformação brasileira nos últimos dez anos. As informações consideram o valor de transformação industrial, no período de 2007 a 2016, bem como o pessoal ocupado correspondente. Os valores correspondentes à transformação industrial foram deflacionados, correção pelo índice inflacionário, levando em consideração as taxas observadas para cada ano do IPCA (índice de preços ao consumidor amplo). Também, para os anos de 2015 e 2016 a projeção levou em consideração a produção industrial medida pelo Banco Central do Brasil.
Tabela 1 - Produtividade do Trabalho - Indústria de Transformação |
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Unidade Territorial - Brasil |
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Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) - Indústrias de transformação |
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Ano |
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2007 |
2008 |
2009 |
2010 |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
79 |
88 |
83 |
91 |
97 |
102 |
109 |
115 |
117 |
119 |
Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual - Empresa |
* Para os anos de 2015 e 2016 foram estimados com base no valor de produção industrial divulgado pelo Banco Central do Brasil.
Dessa forma, percebe-se que, tivemos uma queda substancial da produtividade do trabalho no ano de 2009 devido à crise mundial de 2008. Nesse caso, tivemos queda do valor de transformação industrial maior que a taxa de desemprego. Já, nos últimos anos, a brutal evolução do desemprego industrial superou o impacto de perdas no desempenho do valor de transformação e ocasionou um aumento relativo na produtividade do trabalho que não representa evolução real dessa medida parcial de produtividade. Cumpre ressaltar que a nossa produtividade apresenta valores muito menores que os principais países desenvolvidos.