Produtividade do Trabalho no Brasil
A produtividade do trabalho refere-se à capacidade de se produzir com maior efetividade, ou seja, com elevada eficiência. No contexto da eficiência verifica-se a capacidade do trabalhador de otimizar a utilização dos recursos disponíveis no processo de transformação industrial. Colaboram para esse processo otimizado as técnicas de gestão empresarial (administrativa, produção, estoque, logística, inovação etc.). Deve-se considerar, também, o nível de educação formal e qualificação técnica da força de trabalho disponível. Esse comportamento eficaz necessariamente deve atingir um resultado final em que todo o processo consegue maximizar o retorno e minimizar os custos totais, da mesma forma, com uma estratégia que valorize a constante agregação de valor.
A agregação de valor, vista como aumento do valor adicionado gerado pelas organizações e pelo setor industrial com um todo, contribui para o aumento da riqueza gerada e pode garantir o aumento das oportunidades de trabalho com maior remuneração e, por consequência, uma melhor distribuição de renda e de desenvolvimento de tarefas que contribuem para o desenvolvimento de atividades urbanas e para a qualidade de vida.
A produtividade do trabalho pode ser considerada, também, como o valor que cada trabalhador contribuiu para a geração de valor adicionado. Essa medida pode ser realizada no Brasil utilizando-se informações constantes da Pesquisa Industrial Anual (Empresa), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apresenta uma série de variáveis relacionadas aos fluxos monetários decorrentes do processo de produção industrial. Nesse sentido, uma informação relevante disponível é o valor de transformação industrial, que pode ser considerada uma “proxy” do valor adicionado industrial.
A tabela 1 apresenta a evolução do valor
da transformação industrial no país nos últimos dez anos. Por meio dela percebe-se a perda de
valor gerado pelo setor industrial a partir da crise iniciada em 2015. Durante os últimos dois anos tivemos uma queda
acumulada de -13,86% no valor da transformação industrial. Cumpre destacar que os anos de 2015 e 2016 foram
estimados a partir dos valores de produção industrial (-8,30% em 2015 e -6,60% em 2016) divulgados pelo Banco
Central do Brasil.
Tabela 1 - Valor da Transformação industrial, empresas industriais com cinco ou mais pessoas ocupadas |
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Variável - Valor da transformação industrial (Mil reais) |
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Unidade Territorial - Brasil |
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Classificação Nacional de atividades econômicas (CNAE 2.0) - Indústria de transformação |
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Ano |
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2007 |
2008 |
2009 |
2010 |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015* |
2016* |
570.330.904 |
679.707.725 |
635.745.620 |
758.504.962 |
834.699.115 |
883.816.649 |
969.052.929 |
1.007.184.590 |
959.995.005 |
872.415.577 |
Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Anual / Elaboração: gerência de Economia, Desenvolvimento e Fomento da Fiep |
* Para os anos de 2015 e 2016 foram estimados com base no valor de produção industrial divulgado pelo Banco Central do Brasil.
Dessa forma, percebe-se que, em 2016, praticamente retornamos para o valor de transformação industrial de 2012. Adiciona-se a esse cenário a queda na remuneração do trabalhador industrial e o aumento do desemprego e percebe-se que os próximos anos serão de elevado esforço para a retomada da renda, do emprego, do lucro operacional e, também, do valor adicionado.