O processo de inovação,
fator-chave do aumento sustentável e contínuo da produtividade e competitividade industrial, necessita de uma
abordagem sistêmica, na medida em que depende da interação e coordenação de diversos atores,
entre os quais, em particular, as instituições de ensino superior e institutos de pesquisa, as agências
públicas de fomento, os fundos de investimento, as incubadoras e aceleradoras de empresas, e as agência de apoio
ao empreendedorismo. Por esse motivo, aperfeiçoar instrumentos e sistemáticas de articulação interinstitucionais
é um elemento central de uma estratégia bem-sucedida de apoio à inovação.
Um dos principais instrumentos de desenvolvimento
de articulação interinstitucional no Paraná, nos últimos anos, tem sido o “Fórum
Permanente Futuro 10 Paraná” (<www.futuro10parana.com.br/>), que permitiu, entre outras atividades, a aprovação
da Lei de Inovação do Estado em 2012. No período de maio de 2016 a fevereiro de 2017, constatou-se uma
menor atividade desse Fórum para o tema empreendedorismo inovador, apesar dos atores que o compõem manterem
atividades sistêmicas interinstitucionais nesse mesmo período.
Cabe destacar que eventos regionais que vinham agregando os atores do tema inovação
desde 2012, como a Inovatec Paraná – feira nacional de negócios em inovação tecnológica
entre empresas, universidades e instituições de pesquisa, perderam força no período de maio de
2016 a fevereiro de 2017, o que compromete a interiorização de articulações e debates acerca de
políticas públicas para inovação, além de atenuar aproximações de atores
e iniciativas relativas à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação no estado do Paraná.
Por outro lado, foi lançada no início
de 2017 em Curitiba a iniciativa Vale do Pinhão (<http://valedopinhao.org/>), movimento liderado pela Prefeitura
Municipal de Curitiba, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento, e que visa melhor estruturar a rede de empreendedores
de alto impacto da capital paranaense. Esse movimento se inscreve em uma tendência maior, em todo o estado do Paraná,
de desenvolvimento e regulamentação de Leis Municipais de Inovação, sendo esta uma iniciativa
importante para fortalecimento dos arranjos institucionais em prol da inovação.
Ainda a partir do segundo semestre de 2016, quatro das principais universidades
do Paraná assinaram um acordo para reforçar ações a favor da pesquisa aplicada, orientada aos
setores produtivos. Participam do movimento: (i) Universidade Federal do Estado do Paraná; (ii) Universidade Tecnológica
Federal do Paraná; (iii) Pontifícia Universidade Católica do Paraná; (iv) Universidade Positivo.
Cabe ressaltar também uma boa prática
que vem ganhando espaço na mídia, a respeito da estruturação, por grandes empresas, de redes de
inovação aberta. Destaque para a rede de parceiros em inovação do Grupo Boticário (SANT’ANA,
2017), que ao final de 2016 somava mais de 100 instituições cadastradas.
No âmbito do Sistema Fiep, merecem destaque: (a) a criação
do Instituto Sesi de Inovação em Longevidade e Produtividade (<http://longevidade.ind.br/>); (b) a progressiva
consolidação dos Institutos Senai de Inovação em Eletroquímica e Engenharia de Estruturas,
e dos Institutos Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química, Construção Civil, Celulose e Papel,
Madeira e Mobiliário, Tecnologias da Informação e Comunicação, Metalmecânica e Alimentos
e Refrigeração (<www.senaipr.org.br/para-empresas/?ref=menupetitulo2>); (c) o progressivo desenvolvimento
de novos relatórios e estudos estratégicos a partir dos dados da Sala Prospectiva dos Observatórios Sistema
Fiep e do Sistema de Gestão de Capital Intelectual do Sistema Fiep.
Referência
SANT’ANA, J. Boticário cria rede de parceiros em inovação e planeja aceleradora de empresas para 2017. Gazeta do Povo, 11 dez. 2016. Disponível em: <www.gazetadopovo.com.br/economia/boticario-cria-rede-de-parceiros-em-inovacao-e-planeja-aceleradora-de-empresas-para-2017-5h6a3yc6rcn68wlzz4srh2y8r>. Acesso em: 26 abr. 2017.