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16/11/2017 - Atualizado em 22/11/2017

Diretriz: Estímulo à atividade industrial

Período 3: março 2017 / outubro 2017

Taxa de Câmbio

 

Num momento em que a necessidade de exportar é um dos caminhos para a recuperação da atividade econômica do país, o texto abaixo destaca a importância e os impactos da taxa de câmbio sobre o nível de atividade econômica.  

 

“A taxa de câmbio é um dos principais preços relativos da economia com influência direta no desempenho macroeconômico do país e na composição de sua estrutura produtiva. É uma variável extremamente complexa pois se relaciona tanto com o mercado de bens e serviços como com o mercado de ativos. A taxa de câmbio nominal corresponde à relação de troca entre duas moedas, no caso brasileiro em geral é definida como a quantidade de R$ necessária para adquirir um dólar. A taxa de câmbio real refere-se ao preço relativo entre o produto estrangeiro e o produto nacional; assim, quando se diz que a taxa real de câmbio está valorizada isto quer dizer que o produto nacional está relativamente mais caro em relação ao produto estrangeiro e o inverso quando diz-se que a taxa de câmbio real está desvalorizada. Percebe-se que taxa de câmbio real reflete a competitividade da economia, um país é relativamente barato quando esta é desvalorizada, ou seja, seu produto é mais competitivo, e o inverso, o país é relativamente caro quando sua taxa real de câmbio está valorizada.

A taxa de câmbio também pode afetar o desempenho econômico pelos seus efeitos na composição setorial da economia. O nível da taxa de câmbio refletirá na maior ou menor presença dos setores de transacionáveis da economia. Quanto mais valorizada a taxa de câmbio, maior o estímulo à produção de não transacionáveis em detrimento dos transacionáveis. Isto pode gerar impactos significativos sobre o crescimento no longo prazo em função da diferença entre os setores no que se refere à capacidade inovadora, a agregação de valor, níveis de produtividade, entre outros aspectos.

Além de influenciar a atividade econômica e a capacidade de crescimento econômico, a taxa de câmbio também influencia o comportamento dos preços, tanto em função dos custos dos produtos importados como pela maior atratividade para venda de produtos nacionais no exterior. A influência sobre o nível geral de preços e os produtos importados, gera importantes impactos redistributivos com influência direta no poder aquisitivo dos consumidores e nas margens de lucro das empresas. Percebe-se, portanto, que a taxa de câmbio possui diversos impactos na economia, com destaque para seus efeitos redistributivos, o que faz com que os debates sobre a mesma sejam bastante acalorados”.

 

Deduz-se do texto que a taxa de câmbio exerce impacto direto sobre o dinamismo da economia, em especial sobre a indústria. Por exemplo, uma taxa de câmbio desvalorizada fomenta o aumento das vendas externas, o contrário fomenta o aumento das compras externas. Neste ano o desempenho da atividade comercial brasileira e paranaense apresentam resultados positivos de crescimento.

 

Em âmbito nacional os valores das exportações e importações cresceram, respectivamente, 18,11% e 7,89%. No Paraná, os resultados de comércio exterior apresentam a mesma tendência porém com resultados menores. O valor das exportações teve crescimento de 17,76% e importações crescimento 6,11%. A abertura de novos mercados no comércio internacional, sobretudo para as exportações de veículos, produtos agropecuários, petróleo e papel e celulose explicam os resultados consolidados até setembro. Além disso, a atividade de comércio exterior tem contribuído de forma contundente no processo de recuperação da atividade produtiva nacional e estadual. Por exemplo, no Paraná das quinze atividades industriais monitoradas dez apresentaram crescimento médio de 18,93% este ano.

 

No entanto, apesar do cenário positivo uma luz de preocupação se acende quando analisamos o desempenho médio da taxa de câmbio ao longo deste ano. Em 2017, o desempenho médio mensal da taxa de câmbio brasileira teve uma cotação média encerrada de R$ 3,174 por dólar. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, este resultado implica uma valorização da moeda brasileira de 11,12%. Como descrito acima, uma taxa de câmbio valorizada fomenta as importações e o contrário estimula as exportações. Se essa tendência de valorização se efetivar e ganhar mais força para o ano de 2018, certamente os resultados da atividade de comércio exterior poderão sofrer algum tipo de impacto.

 

Referência:

Toneto Junior, Rudinei et all. Estudos sobre a taxa de câmbio no Brasil. Relatório final apresentado ao DEPECON-FIESP. Ribeirão Preto, nov. 2013. Disponível em: <file:///C:/Users/evanio23/Downloads/estudos_sobre_a_taxa_de_cambio_no_brasil%20(1).pdf>. Acesso em 06 nov. 2017.

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