PIB cai 3,6% em 2016
Em 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou variação
negativa de 3,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. É o segundo ano consecutivo
de queda no ritmo de crescimento das atividades produtivas do país. Os fatores que explicam a variação
negativa do período serão apresentados por meio de duas óticas: produção e despesa.
Pela ótica da produção foram identificadas
as seguintes variações: agropecuário (-6,6%); indústria (-3,8%); serviços (-2,7%); valor
adicionado a preços básicos (-3,1%); impostos sobre produtos (-6,4%).
A queda de 3,8% na atividade industrial do país
está atrelada às quedas nas taxas de crescimento da Indústria Extrativa (-2,9%), Indústria de
Transformação (-5,2%) e Construção (-5,2%). Apenas a produção e distribuição
de eletricidade, gás e água teve crescimento de 4,7% no ano.
A redução no crescimento do setor de serviços
de 2,7% pode ser explicada pela queda da atividade de comércio (atacado e varejo) de 6,3%, pela queda da atividade
de transporte, armazenagem e correio de 7,1%, pela queda dos serviços de informação de 3,0%, pela queda
de outros serviços de 3,1%, queda em intermediação financeira e seguros de 2,8%, queda em serviços
de administração, saúde e educação púbica de 0,1%.
Pela ótica da despesa, as variações
ocorridas foram: despesa de consumo das famílias (-4,2%); despesa de consumo do governo (-0,6%); formação
bruta de capital fixo (-10,2%); exportações (1,9%); importações (-10,3%).
A queda de 10,2% dos investimentos pode ser explicada
pela queda nas importações e produção interna de bens de capital. Por exemplo, no Paraná
as importações tiveram queda acumulada de 10,9% em 2016. As maiores reduções foram nos segmentos
material de transportes (-26,65%), mecânico (-21,60%) e químico (-15,77%). Além disso, o desempenho negativo
na taxa de investimento da economia brasileira também foi reforçado pela retração nas atividades
construção, cujo segmento é amplamente conhecido como um grande empregador de mão de obra e um
grande demandante de bens de capital.
Em relação à queda no consumo das
famílias de 4,2%, um conjunto de fatores contribuiu para esse movimento. A continuidade de deterioração
dos indicadores de emprego e renda é um dos fatores. Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho apontam que
a proporção de desempregados está subindo há meses e já chegou a 13,2% no trimestre encerrado
em fevereiro de 2017. Hoje estima-se em 13,5 milhões de pessoas sem emprego que, por sua vez, são forçadas
a restringir o seu consumo. Além disso, quem está empregado percebeu a renda cair no ano o que exige uma postura
mais conservadora na hora de comprar bens e serviços à vista ou à prazo.
Com relação ao setor externo, os destaques
positivos do crescimento de 1,9% nas exportações foram as vendas externas de produtos do agronegócio
(soja e milho), petróleo e derivados, metalurgia e veículos automotivos. Quanto às importações,
a queda de 10,3% pode ser explicada pela diminuição das compras externas de máquinas e tratores, siderurgia,
veículos automotores, eletrônicos, extrativa mineral e serviços de transporte e viagem.
No atual cenário econômico do país,
os investimentos das empresas para produzir mais é um dos indicadores mais importantes do PIB (Produto Interno Bruto).
Ele mostra a capacidade que o país possui em continuar crescendo no futuro: quando uma empresa planeja aumentar a produção,
ela investe em máquinas, transporte e infraestrutura, por exemplo. Se esse índice cai, isso indica que os empresários
não estão confiantes e, portanto, não pretendem ampliar a produção. Se as empresas não
crescem, deixam de contratar trabalhadores e de produzir mais, fazendo com que a economia desacelere no longo prazo.
Referência
PORTAL BRASIL. PIB fecha
2016 com uma queda de 3,6%. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2017/03/pib-fecha-2016-com-uma-queda-de-3-6>.
Acesso em: 2 mar. 2017.