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23/11/2016 - Atualizado em 16/05/2017

Diretriz: Expansão do crescimento econômico, investimento e consumo

Período 1: maio 2015 / maio 2016

PIB brasileiro cai 5,4% em relação ao primeiro trimestre de 2015

O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou variação negativa de 5,4% na comparação do primeiro trimestre deste ano com o primeiro trimestre do ano passado. É o oitavo resultado negativo consecutivo nessa base de comparação. Essa variação apresentada pela economia pode ser explicada por meio de duas óticas: produção e despesa (IBGE, 2016).

Pela ótica da produção foram identificadas as seguintes variações: agropecuário (-3,7%); indústria (-7,3%); serviços (-3,7%); valor adicionado a preços básicos (-4,6%); impostos sobre produtos (-10,4%) (IBGE, 2016).

Analisando os subsetores, o resultado negativo do setor agropecuário pode ser explicado pelo desempenho (quantidade produzida e área plantada) de alguns produtos (soja, milho e fumo) e pela produtividade. Com relação à indústria, a queda nas taxas de crescimento do setor industrial foi consequência das quedas do crescimento da indústria de transformação 
(-10,5%), da extrativa mineral (-9,6%) e da construção (-6,2%). Apenas a produção e distribuição de eletricidade, gás e água teve crescimento de 4,2%, influenciando de forma positiva o setor fabril (IBGE, 2016).

Na indústria de transformação o destaque negativo foram as atividades de máquinas e equipamentos, indústria automotiva, outros equipamentos de transporte, produtos metalúrgicos, produtos de metal, produtos de borracha e material plástico, produtos eletrônicos e equipamentos de informática. Na indústria de extração mineral, cujo desempenho foi de -9,6%, essa queda foi influenciada pela diminuição da extração de minérios ferrosos e também pela queda da extração de petróleo e gás natural (IBGE, 2016).

Em relação aos serviços, o resultado pode ser explicado pela queda da atividade de comércio (atacado e varejo), de 10,7%; pela queda da atividade de transporte, armazenagem e correio, de 7,4%; pela queda dos serviços de informação, de 5,0%; pela queda de outros serviços, de 3,4%; queda em intermediação financeira e seguros, de 1,8%; queda em serviços de administração, saúde e educação púbica, de 0,8% (IBGE, 2016).

Pela ótica da despesa, as variações ocorridas foram: despesa de consumo das famílias 
(-6,3%); despesa de consumo do governo (-1,4%); formação bruta de capital fixo (-17,5%); exportações (13,0%); importações (-21,7%) (IBGE, 2016).

A queda de 17,5% dos investimentos pode ser explicada pela queda nas importações e produção interna de bens de capital. Além disso, o desempenho negativo da construção civil também contribuiu para a queda na taxa de investimento da economia. No atual cenário econômico do país, os investimentos das empresas para produzir mais é um dos indicadores mais importantes do PIB. Ele mostra a capacidade que o país possui em continuar crescendo no futuro: quando uma empresa planeja aumentar a produção, ela investe em máquinas, transporte e infraestrutura, por exemplo. Se esse índice cai, isso indica que os empresários não estão confiantes e, portanto, não pretendem ampliar a produção. Se as empresas não crescem, deixam de contratar trabalhadores e de produzir mais, fazendo com que a economia desacelere no longo prazo (IBGE, 2016).

Com relação à queda no consumo das famílias, de 6,3%, um conjunto de fatores contribuiu para esse movimento. A deterioração dos indicadores de emprego e renda é um dos fatores. Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho apontam que a proporção de desempregados está subindo há meses e já chegou a 11,2% no trimestre encerrado em abril. Hoje estima-se em 11,4 milhões de pessoas sem emprego que, por sua vez, são forçadas a restringir o seu consumo. Além disso, quem está empregado percebeu a renda cair 3,3% em um ano, o que exige uma postura mais conservadora na hora de comprar bens serviços à vista ou à prazo. Para piorar o cenário, a disparada da inflação Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que fechou em 10,67% em 2015 e já acumula alta de 3,25% até abril de 2016 – deixaram os produtos mais caros. Outros fatores que explicam a queda no consumo das famílias foi o baixo crescimento nominal (2,1%) no saldo de operações de créditos para pessoas físicas (queda em termos reais) e aumento da taxa de juros Selic, de 12,1% a.a. para 14,25% a.a.

Com relação ao setor externo, os destaques positivos do crescimento de 13,0% nas exportações foram as vendas externas de produtos do agronegócio (soja e milho), petróleo e derivados, metalurgia e veículos automotivos. Quanto às importações, a queda de 21,7% pode ser explicada pela diminuição das compras externas de máquinas e tratores, siderurgia, veículos automotores, eletrônicos, extrativa mineral, e serviços de transporte e viagem. A desvalorização cambial no período foi de 37,0%.

Referências

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. A economia brasileira no 1º trimestre de 2016: visão geral. Contas Nacionais Trimestrais, 3º tri/2016. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Comentarios/pib-vol-val_201601comentarios.pdf>. Acesso em: 20 maio 2016.

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