Indústria paranaense entrega baterias para serem testadas em blindados do Exército
Projeto que tem objetivo de substituir produto importado foi articulado pelo Comdefesa da Fiep e desenvolvido pela ELO Componentes Eletroquímicos
05/04/2023
Em uma ação articulada pelo Conselho Temático da Indústria de Materiais de Defesa e Segurança da Fiep (Comdefesa), foram entregues ao Exército Brasileiro, nesta terça-feira (4), 80 unidades de uma bateria especial, desenvolvida pela indústria paranaense ELO Componentes Eletroquímicos, que serão testadas em veículos blindados Guarani. A entrega ocorreu no quartel da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, em Cascavel.
Apesar de ser fabricado no Brasil, o Guarani – que é uma Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MSR) – utiliza baterias importadas da Itália, o que eleva seu valor final e dificulta a reposição. No ano passado, após alinhamento do Comdefesa com o Comando da 5ª Divisão de Exército, que abrange Paraná e Santa Catarina, uma unidade da bateria foi entregue ao Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ), instalado em Curitiba, que fez uma análise das especificidades técnicas do equipamento.
O passo seguinte foi a busca por indústrias paranaenses que se interessassem em produzir similares nacionais para que fossem testados em uso. A ELO, que tem sede em Ibiporã e produz a linha de baterias especiais Max Force, aceitou o desafio, trabalhando no projeto nos últimos meses.
Nesta terça, o primeiro lote com 80 baterias fabricadas pela ELO foi entregue oficialmente, sem custos para o Exército. Pelos próximos 12 meses, elas serão testadas nos blindados durante as operações da corporação na região Sul do país. Após esse período, será elaborado um relatório sobre a capacidade e desempenho do produto. Caso o resultado seja positivo, as baterias poderão ser encomendadas pelo Exército.
Competência e capacidade
A entrega oficial do lote que será testado contou com a presença
do general de brigada Marcos Americo Vieira Pessôa, comandante da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada. Também
participaram comandantes de organizações militares e representantes da ELO Componentes Eletroquímicos.
O Comdefesa foi representado por seu consultor técnico, o general da reserva Sidnei Prado, que classificou a iniciativa como uma vitória para todo o ecossistema da indústria de defesa nacional. “Além da vantagem estratégica de fabricar as baterias no Brasil, o custo de aquisição será inferior para o Exército”, disse. “Essa conquista da ELO também comprova que a indústria paranaense tem competência e capacidade para fabricação de produtos com tecnologia agregada e de mesmo nível de eficiência do material importado”, completou.
Atrelado à Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o Comdefesa atua para aproximar as indústrias paranaenses das demandas das Forças Armadas e demais forças de segurança, abrindo novas possibilidades de negócios para as empresas.