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Publicado em 11/12/2015
FONTE/AUTORIA: Agência de Notícias/ Radar Investimentos
O governador Beto Richa, o presidente da Copel, Luiz Fernando Vianna e o presidente da CIBiogás, Rodrigo Regis de Almeida assinaram sexta-feira (dia 11) o protocolo de intenções de um projeto inovador de aproveitamento de biogás para geração de energia na Câmara Municipal de Entre Rios do Oeste marcando o lançamento do projeto desenvolvido pela Copel e pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás).
O projeto de aproveitamento de biogás a partir de resíduos animais na Região Oeste do Paraná
garante o tratamento dos dejetos animais transformando um agente poluidor em biogás e biofertilizante, com a possibilidade
do produtor comercializar estes produtos gerando um renda adicional. Envolve um investimento de R$ 17 milhões
em recursos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) aprovados pela Aneel, e vai interligar 19 propriedades suinocultoras e
avicultoras da região de Entre Rios do Oeste por meio de um biogasoduto com cerca de 22 km.
“Um importante projeto que será referência para o Brasil. Os investimentos em novas formas de geração
de energia limpa, como o biogás, são fundamentais para esse momento em que o mundo todo se reúne para
discutir a situação do meio ambiente”, afirmou o governador Beto Richa. “Não temos mais a
opção de preservar ou não o ambiente que vivemos. Temos obrigação e responsabilidade com
as futuras gerações. A cada dia, sentimos mais o rigor dos efeitos climáticos”, ressaltou. “Com
o biogás, teremos um desenvolvimento mais sustentável no Paraná.”
Para o presidente
da Copel, Luiz Fernando Vianna, o investimento em biogás consolida o Paraná como pioneiro na geração
de novas fontes limpas de energia. “Esse é um projeto inovador que, além dos benefícios energéticos
e ambientais, gerará renda adicional aos produtores. É um projeto piloto que poderá ser levado para outras
cidades paranaenses”, afirmou o presidente.
O prefeito de Entre Rios Oeste, Jones Neuri Heiden, disse
que os estudos foram iniciados há mais de oito anos. “Uma ideia original e inovadora que será um diferencial
para o município”, afirmou. Ele agradeceu a parceria com o governo estadual. “Esse é um projeto
muito caro que a cidade não poderia arcar sozinha. Temos uma importante parceria com o Estado para a execução
desse programa”.
INOVADOR - O biogás produzido na rede de biodigestores
será filtrado em uma refinaria para se transformar em biometano e este será canalizado para uma Minicentral
Termelétrica (MCT) com capacidade total de 480 kW. A interligação das propriedades em torno de uma MCT
é essencial para garantir a viabilidade econômica do projeto.
O projeto é inovador
no sentido de agrupar pequenas unidades produtoras em torno de uma grande central de aproveitamento energético de biogás,
o que possibilita ganho de escala no custo de geração.
Trata-se de um modelo de tratamento
dos dejetos animais para a produção de biogás e biometano que poderá ser replicado em outras regiões
do Paraná, com ganhos ao meio ambiente, para os produtores e para o uso de gás a partir de sistemas isolados,
a ser gerida pela Compagás, e que podem ser duplicada para outras finalidades além da produção
de energia elétrica.
A biodigestão de dejetos orgânicos para a produção
de energia tem como parceiros a Copel Geração e Transmissão (financiadora e gestora do projeto) e o CIBiogás
como executor. O CIBiogás é formado por 17 instituições que desenvolvem ou apoiam projetos relacionados
a energias renováveis, entre elas Copel, Itaipu, Compagás, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento,
Iapar, Fiep, Sebrae, Faep, Fundação Parque Tecnológico de Itaipu, Instituto de Tecnologia Aplicada e
Inovação, entre outras.
Também participam do projeto a Prefeitura Municipal de Entre
Rios do Oeste e a Autarquia Municipal de Serviços de Água, Saneamento e Energia.
PRESENÇAS - Participaram do lançamento o presidente da Itaipu, Jorge Samek; o
secretário chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra; o diretor-presidente da Copel Geração e transmissão,
Sérgio Luiz Lamy, o presidente da Compagas, Fernando Ghignone; o presidente da Cooperativa Frimesa, Valter Vanzela,
e os deputados estaduais Carlos Schiavinato e Elio Rusch.
BOX 1
Produtividade do solo e incentivo ao cooperativismo
Além de transformar
um agente poluidor em biogás e biofertilizante, a biodigestão dos resíduos também possibilita
renda extra pela venda de créditos de carbono decorrentes da captura de gases do efeito estufa. O projeto também
tem outras vantagens:
- o efluente do processo resulta em um biofertilizante rico em nitrogênio,
fósforo e potássio, que melhora a produtividade do solo ao mesmo tempo em que diminui a dependência de
fertilizantes importados;
- incentiva o cooperativismo entre os produtores, constituindo uma rede de negócios
a partir da produção do biogás;
- o uso da biomassa residual para geração
de energia evita que o metano gerado pelos resíduos sejam lançados na atmosfera. Os rebanhos suínos respondem
por 13% das emissões de gases do efeito estufa no mundo;
- ao reduzir o despejo de dejetos nos rios e
reservatórios de água, o projeto minimiza a proliferação descontrolada de algas, que além
de nocivas à saúde humana, podem causar entupimento de canais adutores nas usinas hidrelétricas e aumentar
a mortandade da fauna e flora aquáticas;
- promove a valorização dos produtos da agropecuária
decorrente da adoção de ações de responsabilidade socioambiental.
BOX
2
Projeto aprovado em chamada pública da Aneel
O projeto de aproveitamento do biogás oriundo da biodigestão de dejetos suínos em
Entre Rios do Oeste foi um dos três projetos da Copel aprovados na Chamada Pública lançada pela Aneel,
em julho de 2012. A Chamada Pública foi de Pesquisa e Desenvolvimento estratégico “Arranjos técnicos
e comerciais para inserção da geração de energia elétrica a partir de biogás oriundo
de resíduos e efluentes líquidos na matriz energética brasileira”.
O objetivo
foi inserir o biogás na matriz energética brasileira, com foco na geração distribuída,
além de saneamento ambiental e a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O Paraná
é o maior produtor de frango do Brasil (5 milhões de cabeças/dia) e também o maior exportador.
É também o terceiro produtor de suínos do país (8,4 milhões de cabeças/ano) e tem
realizado expressivos investimentos no aumento e na melhoria dessa produção. Os dejetos produzidos podem poluir
o solo, cursos de rios e lençóis freáticos.
A filtragem do gás retira o enxofre,
o gás carbônico e principalmente a água, aumentando a vida do útil dos geradores, e transforma
o biogás em biometano, produto já classificado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O aproveitamento dos dejetos de suínos para a geração de energia, em todo o Brasil, supera
1 milhão de MWh, o suficiente para atender ao consumo de uma população de 5 milhões de pessoas.
900 milhões de toneladas é a quantidade de esterco produzida anualmente pelo rebanho brasileiro de
suínos, sendo 180 milhões provenientes de animais criados em estábulos e cujos resíduos poderiam
ser aproveitados para a geração de biogás.
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