Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube

Estudo com genomas de ovinos pode auxiliar o Brasil no controle da scrapie

Publicado em 28/06/2012

" Três raças naturalizadas no Brasil apresentaram genótipos para alta suscetibilidade à scrapie: Santa Inês, Rabo Largo e Morada Nova. Pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotec ..."
clique para ampliar clique para ampliar Três raças naturalizadas no Brasil apresentaram genótipos para alta suscetibilidade à scrapie: Santa Inês, Rabo Largo e Morada Nova.

Pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS são os responsáveis pelo maior estudo genético já realizado com ovinos no Brasil.

Foram avaliados genomas de 1.400 ovinos de 13 raças, incluindo localmente adaptadas (naturalizadas) e importadas, com o objetivo de detectar a suscetibilidade à scrapie, uma doença neurodegenerativa fatal que ataca o sistema nervoso de ruminantes, sendo mais comum em ovinos. O estudo deu origem a um artigo publicado esta semana na revista europeia Research in Veterinary Science e pode ser acessado neste link.

A scrapie pertence ao grupo de encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), assim como a doença que ficou mundialmente conhecida como "mal da vaca louca". Ambas atuam no sistema nervoso central dos animais e levam à morte.

O MAPA intensificou a adoção de medidas sanitárias para conter a disseminação da doença no rebanho nacional. Entre essas medidas, destacam-se a decisão de tornar a scrapie uma enfermidade de notificação obrigatória e a criação de um programa sanitário específico, adequado à realidade do país, que está em fase de elaboração.

Informações genéticas podem subsidiar o desenvolvimento de políticas nacionais para prevenir surtos da doença no Brasil

O estudo desenvolvido pelos cientistas da Embrapa e da UFRGS pode ser determinante para a elaboração desse programa, já que permite mapear os diferentes níveis de suscetibilidade dos animais à scrapie ao longo das principais regiões do país.

Segundo os pesquisadores Samuel Paiva e Alexandre Caetano, que participaram do estudo, os ovinos podem ser classificados em altamente suscetíveis, suscetíveis ou resistentes ao desenvolvimento de doença, dependendo da combinação genética.

A proteína príon, cuja mutação, é responsável pela scrapie, é codificada por um gene chamado de PRNP e as mutações específicas desse gene estão fortemente associadas à resistência e susceptibilidade dos ovinos. A análise dos genes realizada pela Embrapa e pela UFRGS mostrou que o grau de suscetibilidade dos animais está relacionado à combinação genética dos códons 136, 154 e 171 do gene PRNP.

Além de eficiente, o método de genotipagem utilizado foi adaptado pelos pesquisadores para ser mais rápido e econômico que os convencionais. "Nós adaptamos um método rápido e robusto capaz de reduzir os custos de genotipagem em até 70%, pela redução na concentração de reagentes nas três etapas principais do ensaio (purificação ampliação, extensão de base e de limpeza final)", explica o pesquisador Alexandre Caetano.

Segundo Paiva, a eficiência e a economia possibilitadas pelo método facilitam a sua incorporação aos programas de conservação e melhoramento genético de ovinos no Brasil. "Nossos resultados fornecem informações sobre suscetibilidade de 13 raças ovinas à scrapie em diferentes regiões produtoras no Brasil e pode subsidiar o desenvolvimento de políticas nacionais para prevenir surtos da doença", ressalta.

Ele explica que menos de 4% dos animais analisados eram portadores dos genótipos para alta suscetibilidade à doença e pertenciam a cinco das 13 raças analisadas, incluindo três naturalizadas no Brasil, Morada Nova, Santa Inês e Rabo Largo, e duas recém-importadas: Dorper (África do Sul) e Damara (Austrália, África do Sul e outros países africanos). Por isso, além de ter que investir em políticas públicas para conter a disseminação da doença dentro do país, o Brasil precisa também fortalecer o controle/ monitoramento na importação de material genético.

Por outro lado, o estudo apontou também que, pelo menos, 40% dos animais analisados possuem genótipos de resistência à doença representando todas as raças analisadas. Isso reforça duas conclusões: a primeira é que o rebanho nacional pode responder rapidamente a um programa de seleção, caso seja necessário, e a outra indica que algumas raças localmente adaptadas podem ser usadas em programas de melhoramento genético para cruzamento com outras raças que apresentem níveis mais altos de suscetibilidade.

"Ou seja, se o nosso estudo pode apoiar uma política nacional para a prevenção de scrapie, pode também servir como base para a elaboração de políticas de apoio à exportação de carne de rebanhos de ovinos brasileiros", finalizam os pesquisadores.

Informações de Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Deixe seu coment�rio

Site Seu blog ou p�gina pessoal


1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
2. S�o um espa�o para troca de id�ias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza. e
5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de id�ias.

 Aceito receber comunica��o da Fiep e seus parceiros por e-mail
 
Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube