Descoberta de novo vírus que causa doença em bovinos, ovinos e caprinos

Publicado em 18/01/2012

O agente etiológico foi denominado provisoriamente como "Schmallenberg virus", em referência à cidade alemã aonde vieram os primeiros registros da doença.  Na Alemanha, o vírus foi detectado em novembro em vacas leiteiras que demonstraram sinais de infecção, como febre e uma drástica redução na produção de leite.  Posteriormente, a infecção se alastrou da Holanda à Bélgica e foram registradas infecções também nas espécies ovina e caprina.

O vírus parece ser transmitido por mosquitos (Culicoides spp.) e, possivelmente, as infecções ocorreram no verão e outono do ano passado. Dessa forma, os cientistas esperam que sejam notificados mais casos da doença, especialmente em bovinos, porque os fetos infectados no verão de 2011 são esperados nascer em fevereiro e março deste ano.

Os virologistas fizeram alguns progressos na pesquisa desde o primeiro anúncio da detecção do vírus Schmallenberg em novembro. Eles conseguiram isolar o vírus e cultivá-lo em células de inseto e hamster. Evidências que o vírus Schmallenberg seja responsável pelos sintomas observados se tornou ainda mais forte com o seu isolamento em células do tecido nervoso de cordeiros afetados.

Pesquisadores do Instituto Friedrich-Loeffler (FLI) já realizaram o sequenciamento do genoma do novo patógeno. Comparações indicam que o novo vírus pertence ao o grupo de orthobunyavírus, gênero pouco estudado da família Bunyaviridae. Os cientistas estão começando a sequenciar mais membros do gênero para poder comparar com o novo vírus. A suspeita é que o vírus Schmallenberg pertença ao sorogrupo Simbu.

A União Europeia considerou improvável, mas não descartou que o novo vírus possa ser transmitido aos humanos. A fim de acelerar as pesquisas, os Institutos da Alemanha e Holanda dividiram o trabalho: os pesquisadores holandeses irão se concentrar no estudo do vírus em ovelhas, enquanto os alemães focarão em bovinos. Os pesquisadores também estão dispostos a ceder o vírus e os protocolos para detectá-lo com qualquer pessoa interessada em estudar a doença, desenvolver ferramentas para diagnóstico ou produzir vacinas. Leia mais.

Com informações de Science Now.