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Publicado em 05/04/2012
A Folha de São Paulo, em fevereiro deste ano, publicou uma reportagem abordando a morosidade na importação de insumos para a pesquisa científica, realidade que tem afetado muitos pesquisadores no país.
Neste contexto, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), numa tentativa de solucionar a burocracia da importação de material científico, lançou o selo "CNPq Expresso".
O sistema consiste em identificar as cargas destinadas a universidades e centros de pesquisa que chegam ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para acelerar a liberação pela Infraero e agências fiscalizadoras.
No entanto, segundo a Folha, o selo "CNPq Expresso" só foi usado para trazer US$ 12,1 milhões em componentes ao país desde o ano passado. Isso representa 2,3% dos US$ 531,2 milhões que poderiam ser usados no sistema em 2011.
Outro fato comentado é que o selo não bastou para agilizar os processos. A burocracia para preencher a papelada dos pedidos continua e o marco legal de importação científica ainda é pouco flexível.
O selo foi lançado em março de 2011 pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante. A medida foi um passo importante, apesar de não atacar o problema na ponta.
Antes do selo, todo o material científico importado pelos pesquisadores se misturava às demais importações e, muitas vezes, era perdido. Isso porque muitos dos insumos, como células e alguns reagentes, precisam de cuidados, como refrigeração.
Segundo a Assessoria do CNPq, boa parte dos problemas na importação é causada pelos próprios pesquisadores, que preenchem incorretamente os formulários e outros trâmites. Para tentar amenizar o problema, um programa de tutoria está sendo criado para familiarizar os cientistas com os formulários necessários.
"A cada importação é preciso preencher a papelada como se eu estivesse importando pela primeira vez", disse a geneticista Mayana Zatz em entrevista à Folha.
No fim do ano passado, a reportagem da Folha esteve nas instalações do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, coordenado por Zatz, e encontrou pilhas de material científico. "Como o material demora muito para chegar, importamos uma grande quantidade de uma só vez. Mas armazenar todos os produtos se torna um problema", diz Zatz.
Com informaçoes de Folha de São Paulo.
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