A imbuia, assim como a canela-sassafrás, foram incluídas nas listas de espécies ameaçadas no Brasil e no Paraná devido à intensa exploração, principalmente entre as décadas de 40 e 70. A extração das árvores adultas (são espécies que apresentam desenvolvimento lento, demorando muitos anos para chegar a fase reprodutiva), associada ao desmatamento, levou à redução das populações naturais e teve como consequência o risco de extinção.
A bióloga e aluna do Programa de Mestrado em Biotecnologia Industrial da UP, Larissa Amanda Bett, explica que, além da redução das populações, essas plantas possuem algumas exigências reprodutivas. Das sementes que germinam, poucas se desenvolvem até a fase adulta. Isso afeta ainda mais seu frágil estado de conservação. “O objetivo da pesquisa é desenvolver uma forma de ajudar essas sementes a germinarem e essas mudas a se desenvolverem com maior vigor e potencial de sobrevivência”, resume. A pesquisa de mestrado da bióloga tem orientação da professora Leila Teresinha Maranho, coordenadora do Mestrado em Biotecnologia Industrial da UP, com co-orientação da professora Susan Grace Karp e do pesquisador da Embrapa Florestas, Celso Garcia Auer.
As duas espécies são de grande interesse comercial e, dessa forma, a pesquisa colabora tanto com a conservação das espécies, como para o uso comercial das mesmas. Segundo Larissa, as mudas podem ser transferidas para locais que sofreram com o desmatamento e que estão em processo de revitalização. “Podem também serem utilizadas pra fins paisagísticos, ou até mesmo em atividades comerciais sustentáveis, como a extração do óleo essencial dos resíduos da poda da canela-sassafrás”, ressalta.
O corte das duas espécies é proibido por lei, porém, a exploração ilegal de madeira ainda ocorre. “O maior suporte fornecido pela população seria o auxílio na identificação e denuncia do crime, assim como consciência das consequências do desmatamento para a conservação das espécies de animais e plantas nativos”, explica a orientadora da pesquisa. “Além de contribuir para a conservação de espécies ameaçadas, o trabalho também vai estimular a produção de madeira e outros produtos de espécies nativas”, explica Leila. A professora conta que, com o projeto, os fazendeiros dos Campos Gerais podem substituir o cultivo de pinus e eucaliptos, espécies exóticas invasoras, por essas espécies nativas, agregando maior valor aos produtos gerados.
O pesquisador da Embrapa Florestas, Celso Garcia Auer, avalia o estudo como uma importante iniciativa para projetos de Conservação da Natureza (por serem espécies ameaçadas de extinção) e enriquecimento de matas, além de uma possibilidade futura de uso comercial na silvicultura brasileira. “É um projeto ambicioso, pois contempla as etapas de coleta de rizosfera de árvores na Mata do Uru, de isolamento dos microrganismos, de avaliação dos principais efeitos de cada organismo isolado e a possibilidade da produção de um inoculante eficaz em escala de laboratório, para aplicação em viveiro”, finaliza.
Sobre as espécies: A Ocotea odorifera (canela-sassafrás) e Ocotea porosa (imbuia) são espécies arbóreas que caracterizam a formação da Floresta Ombrófila Mista, floresta com araucária. Em termos de conservação, atuam como componentes alimentares para a fauna e provedoras de sombra para a vegetação de menor porte, sendo necessárias para a manutenção das condições ambientais que fornecem suporte para a complexa dinâmica do ecossistema.
Sobre a Mata do Uru: Com cerca de 128 hectares na região da Lapa (PR), a Mata do Uru é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) que, ao lado dos quase 300 hectares do Parque Estadual do Monge, forma uma relevante área preservada de Floresta Araucária. Pioneiro no Programa Desmatamento Evitado, o Grupo Positivo, por meio do Instituto Positivo, apoia a conservação da área por meio de uma parceria com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS) e os proprietários do terreno.
Fonte: SEGS
A Universidade Positivo (UP) e Embrapa fazem parte do Grupos de Trabalho das Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense de Biotecnologia Agrícola e Florestal que tem como objetivo geral promover a interação de representantes de diversas instituições e setores estratégicos da economia do estado, com vistas a identificação de interesses comuns para o desenvolvimento sustentável de longo prazo.
A Articulação das Rotas Estratégica da Indústria de Biotecnologia Agrícola e Florestal segue seus trabalhos com os Encontros dos Grupos de Articulação.
Confira os próximos encontros:
- Criação de Redes em Biotecnologia_Temática Microalgas – 21 de Junho às 14h, Campus da Indústria – FIEP
- Centro Paranaense de Pesquisa em Biotecnologia - 14 de Junho às 09h, Campus da Indústria - FIEP
- Rodada de Negócios Universidade/Empresa – 10 de Maio às 14h, Campus da
Indústria -FIEP.
Saiba mais sobre as ações que cada Grupo de Trabalho vem realizando na Retrospectiva 2015.
Vale ressaltar que os trabalhos desenvolvidos pelos Observatórios SESI/ SENAI/ IEL são embasados na metodologia de prospectiva estratégica que preconiza a construção coletiva do futuro desejado.
Desta forma, é essencial que para o sucesso dos trabalhos os diversos segmentos da sociedade (academia, indústria, associações de classe, governo, etc.) estejam envolvidos para garantir que todos os interesses sejam abarcados nos resultados.
Pesquisadores, empresas e instituições interessadas em colaborar neste processo de articulação podem entrar em contato com a equipe através do e-mail: observatorios.rota.biotecagroflorestal@fiepr.org.br ou pelo telefone: 41 3271-7471
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