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Publicado em 29/04/2019
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) se prepara para anunciar a uma nova variedade de alface, que é
tolerante ao calor. Do tipo crespa de folhas verdes, a BRS Mediterrânea é resultado da pesquisa para entregar ao setor produtivo
cultivares mais adaptadas às condições ambientais ocasionadas pelas mudanças climáticas. O lançamento oficial será em Brasília,
no dia 24, e ocorre no mês em que a empresa comemora seus 46 anos.
A alface é uma hortaliça adaptada ao clima ameno,
por isso, romper a barreira do clima foi uma importante conquista para o programa de melhoramento genético da hortaliça. O
principal diferencial da nova cultivar, em relação a outros materiais comerciais no mercado, é a tolerância ao florescimento
provocado pelo calor, uma qualidade importante devido às elevações de temperatura nas regiões produtoras e ao cenário de mudanças
do clima.
"Houve um esforço de pesquisa para adaptar a espécie às condições tropicais do nosso país, principalmente
porque altas temperaturas podem fazer a planta florescer antes da hora e produzir látex, uma substância que causa um amargor
nas folhas", explica o pesquisador Fábio Suinaga, coordenador do programa de melhoramento genético de alface da Embrapa Hortaliças
(Brasília, DF).
A cultivar de alface também se destaca pelo vigor no crescimento vegetativo, sendo, em média, sete dias mais precoce que
as cultivares comerciais no mercado. Ou seja, mesmo em condições de temperatura superior à faixa de temperatura ideal de cultivo,
as plantas atingem o ponto de colheita, com qualidade e padrão comercial, em um menor intervalo de tempo. Essa característica
também é interessante do ponto de vista do escalonamento da produção, já que o mercado consumidor demanda o produto fresco
durante todo o ano.
Adaptação e resistência no campo
A cultivar BRS Mediterrânea é
indicada para cultivo em todas as regiões produtoras de alface do país, em qualquer sistema de produção, seja campo aberto,
hidroponia ou cultivo protegido. Ela possui tolerância às principais doenças de solo da cultura, fusariose e nematoides-das-galhas,
o que reduz a necessidade de aporte de defensivos nos cultivos de alface. Isso soma benefícios para o meio ambiente, mas também
para o consumidor, já que a principal forma de consumo são folhas frescas.
Fonte: Embrapa
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