A criopreservação, método de congelamento, é utilizada para a conservação de sêmen, embriões, DNA e tecidos de animais.
Botijões de nitrogênio líquido a temperaturas que vão de 80º C negativos a 196º abaixo de zero são usados para a conservação
desses materiais genéticos animais. No banco genético se encontram amostras de raças consideradas localmente adaptadas de
bovinos, suínos, caprinos, ovinos, bubalinos, asininos e equinos.
Em breve, a Embrapa passará a oferecer espaço em seu banco genético para o armazenamento de sêmen, com ênfase em linhagens
formadoras das raças comerciais que vêm sendo subutilizadas. Esse material genético será conservado a longo prazo, mediante
a assinatura de Acordo de Depósito Padrão, que garante a propriedade do depositante e a não manipulação pela Embrapa.
Monitorar todo o material existente no banco de genética da Embrapa é tarefa de gigante, facilitada pelo Sistema de Informação
em Recursos Genéticos. Batizado de Alelo, o sistema reúne todos os dados relativos aos recursos genéticos vegetais, animais
e microbianos, indicando o local e data de coleta, quantidade armazenada e características, entre outros dados.
Quinto maior do mundo
Quinto maior banco genético de sementes do mundo, o Banco Genético da Embrapa, ou Colbase, como é denominado em referência
à coleção de base, reúne uma espécie de cópia do manancial genético dos 150 bancos de conservação mantidos pela empresa em
todo o país. No acervo estão, inclusive, espécies ameaçadas de extinção. O banco Colbase recebe, também, material enviado
por instituições parceiras do Brasil e do exterior.
As instalações, em Brasília, compreendem quatro câmaras frias para conservação de sementes a longo prazo, câmaras para
conservação de plantas in vitro e salas de criotanques para conservar recursos genéticos vegetais, animais e microbianos.
Periodicamente, são realizados testes para avaliar a qualidade fisiológica e sanitária do material genético conservado.
Os recursos genéticos vegetais são conservados no banco genético de três formas. As sementes ficam em câmaras a temperaturas
de 20º abaixo de zero. Para as espécies que não resistem a baixas temperaturas, assim como as que não são cultivadas por meio
de sementes, a conservação é feita em tubos de ensaio ou em condições criogênicas, a uma temperatura de -196 °C.
Ainda este ano será implantada a coleção criogênica vegetal. ?A população não conhece a ciência que existe por trás de
um prato de comida. São doenças e pragas que conseguimos debelar, variedades que foram adaptadas às nossas condições climáticas,
melhoramento genético. Todo um trabalho foi feito com o alimento até chegar ao agricultor e depois para a população?, explica
Juliano Gomes Pádua, curador do banco genético da Embrapa.
Agronegócio
Os micro-organismos também têm lugar no banco genético. Eles podem ser usados em programas de melhoramento genético de
plantas para seleção de variedades resistentes ? e de interesse para a agroindústria e produção animal. A conservação desse
tipo de material genético deve ser feita dentro do maior rigor, em conformidade com os padrões internacionais, garantindo,
assim, a acessibilidade, a longo prazo, para estudos de aplicação no agronegócio e demais setores produtivos.
As culturas microbianas são importantes para as pesquisas sobre temas diversos, como tratamento de doenças, produção
de vacinas para aplicação em seres humanos e animais, geração de energia renovável e redução do impacto ambiental.
No setor agrícola, avançam as pesquisas para soluções a partir de micro-organismos capazes de reduzir a liberação de
produtos químicos no ambiente e para aumentar o rendimento das culturas agrícolas, como inseticidas, herbicidas, fungicidas,
biorremediadores e promotores de crescimento de plantas.
São mantidas 5.023 amostras microbianas nas coleções da Embrapa. As coleções incluem espécies com potencial para o controle
biológico de pragas, doenças e insetos vetores de doenças, entre outros.
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