O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 29/05/2017
Normalmente, a maioria das pessoas que faz academia procura por alimentos proteicos para inserir em sua dieta. Foi exatamente isso que aconteceu com Luiz Filipe Carvalho, 30 anos. No entanto, em vez de comprar whey protein na loja de suplementos, ele decidiu empreender. Criou a Hakkuna, uma empresa muito exótica que cria grilos para produzir barras de cereais proteicas.
Formado em engenharia de materiais, Carvalho sempre gostou de praticar esportes e, consequentemente, se alimentar bem.
Em maio de 2015, pesquisou na internet maneiras mais naturais de inserir proteínas em sua dieta e descobriu que grilos são alimentos muito ricos dessa substância. Com a farinha de grilo, algumas empresas nos Estados Unidos fabricam barras de cereais. No Brasil, não existia nada parecido.
Interessou-se muito pelo assunto e, em sua pesquisa, um nome se repetia: Gilberto Schickler, 44 anos, mineiro de Belo Horizonte. Schickler é zootecnista especializado em insetos e dá aulas na internet sobre criação de grilos.
Carvalho, que mora em Ribeirão Preto (SP), realizou o curso de Schickler e resolveu iniciar sua criação com o propósito de transformar isso em uma empresa de alimentos com farinha de grilo.
Comprou 100 animais para começar. “Eu chamava os amigos e fazia vários testes: fritava, fazia farinha, granola... Quando eu vi que funcionava, criei a Hakkuna”, afirma Carvalho. Em janeiro de 2016, a empresa foi aprovada no processo de pré-aceleração da Biominas, uma entidade de apoio a bionegócios, o BioStartup Lab. Ele entrou em contato com Schickler e o chamou para ser seu sócio. O mineiro aceitou.
Até hoje, foram investidos R$ 20 mil na empresa, mas os sócios estão buscando mais recursos para conseguir criar uma produção em larga escala e viabilizar a venda de produtos.
Atualmente, as barras de cereais só são comercializadas para quem é próximo dos donos pelo valor de R$ 5. Dos 40 gramas do produto, 10 são proteína, ou seja, farinha de grilo.
A Hakkuna também está buscando a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura para poder vender o produto, mas o maior desafio da marca é outro. “Precisamos educar o brasileiro de forma que ele veja as vantagens de se alimentar de insetos. Muita gente ainda acha esquisito e exótico, precisamos mudar isso”, diz Carvalho.
A criação dos insetos fica na casa dos sócios e tem, no total, mais de 25 mil grilos.
Por mais que queiram entrar no mercado com as barras de cereais, pretendem criar outros produtos como pão, macarrão, cookies e granolas. “Mais pra frente também queremos comercializar outros insetos. Existem mais de 2 mil espécies comestíveis”, explica.
Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Envie para um amigo