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Competição estimula estudantes a desenvolver projetos inovadores em bioeconomia

Publicado em 09/05/2017

Estudantes de mestrado e doutorado, com ideias inovadoras nas áreas de biocombustíveis e biomateriais, aprendem como estruturar um modelo de negócios que transforme os projetos em produtos, processos e serviços de interesse do mercado.

Eles participam, no dia 10 de maio, de uma master class (aula dada por um especialista em determinada área do conhecimento) que integra uma das etapas da Global Biobased Business Competition (G-BIB), cujo vencedor será anunciado durante a Brazilian BioEnergy Science and Technology Conference (BBEST) 2017 – evento promovido pelo Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) que ocorrerá entre os dias 17 e 19 de outubro, em Campos do Jordão.

Em sua primeira edição, a G-BIB reúne estudantes de mestrado e doutorado de universidades da Alemanha, Holanda e do Brasil e é promovida pelo BioInnovation Growth Mega-Cluster (BIG-C) – um consórcio de instituições públicas e privadas líderes em biocombustíveis da Alemanha, Holanda e Bélgica. O objetivo do consórcio é organizar e integrar as iniciativas em bioeconomia (economia que reúne setores que utilizam recursos biológicos de forma sustentável) nesses países europeus.

A finalidade do concurso é estimular o empreendedorismo e a inovação por parte de estudantes de pós-graduação na área de Ciências Aplicadas.

Para atingir essa meta, o desafio colocado para os participantes foi o de elaborar um modelo de negócios inovador baseado em um projeto voltado a desenvolver produtos renováveis de forma sustentável.

“A ideia da competição é estimular os estudantes de pós-graduação a olharem para os resultados de suas pesquisas com vistas a transformá-los em um produto, serviço ou um processo inovador que possa se tornar sua atividade no futuro, e gerar emprego, renda e valor para a sociedade”, disse Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC) e um dos secretários-gerais da BBEST 2017, à Agência FAPESP.

Participam da competição 19 equipes de estudantes do Brasil, sendo 15 do Estado de São Paulo – ligados às Universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp), Estadual Paulista (Unesp) e de Taubaté (Unitau), além do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Etanol (CTBE) –, duas equipes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e outra da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Cada equipe é composta por, no mínimo, dois estudantes de mestrado ou doutorado e um orientador de suas respectivas universidades ou instituições de pesquisa.

Em janeiro, as equipes alemãs e holandesas se reuniram em Wageningen, na Holanda, para uma reunião conjunta de lançamento do concurso, em que tiveram a oportunidade de apresentar o título e um pequeno resumo de seus projetos e assistiram um vídeo sobre questões relevantes que devem ser consideradas para desenvolver um plano de negócios robusto. As equipes brasileiras participaram de uma reunião similar, em São Paulo, no início de março.

“Os projetos das equipes estão em diferentes estágios de desenvolvimento”, disse Luiziana Ferreira da Silva, professora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do comitê local da BBEST 2017. “Alguns projetos representam uma ideia, outros já têm algo desenvolvido e também há alguns que já estão em uma fase de desenvolvimento de protótipo”, afirmou.

Durante as master classes no dia 10 de maio, no Brasil, e no final de maio, na Europa, as equipes brasileiras e europeias aprenderão a estruturar um modelo de negócios baseado em Canvas – uma ferramenta de planejamento estratégico que permite desenvolver e esboçar modelos de negócios novos ou já existentes – com o auxílio de um mentor com experiência na criação de empresas nascentes de base tecnológica (startups).

O modelo de negócios de cada equipe será apresentado e avaliado por um júri de especialistas durante a fase semifinal da competição, que será realizada em junho na Europa, reunindo as equipes da Alemanha e da Holanda, e em julho, na FAPESP, com a participação das equipes brasileiras.

A fase final da competição será em outubro, em São Paulo. A equipe vencedora receberá um prêmio no valor de € 10.000 para executar o projeto de negócio que desenvolveu.

“Ainda que não conquistem o prêmio, as equipes que não se sagrarem vencedoras da competição também terão o ganho de participar do treinamento para a elaboração de seus modelos de negócios e ter um mentor para orientá-las”, avaliou Silva.

BBEST 2017

De acordo com Cantarella, os projetos inscritos na competição estão inseridos no tema da BBEST 2017, que é “Designing a Sustainable Bioeconomy”.

O tema foi escolhido em razão da importância cada vez maior de promover a expansão da economia por meio de novas oportunidades que permitam reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e promover o desenvolvimento sustentável, tanto no Brasil como no mundo.

A programação científica do evento abrangerá questões relativas às matérias-primas – como agronomia, melhoramento genético e biotecnologia de plantas energéticas –, além de motores e outros dispositivos de conversão, sustentabilidade e impactos ambientais e socioeconômicos.

Paralelamente à parte científica do evento, a BBEST 2017 contará com outras atividades visando promover uma maior colaboração entre o setor privado e a academia, tais como apresentações das estratégias de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) de empresas convidadas e rodadas de discussão entre empresas e academia.

Para essas atividades serão convidadas grandes e médias empresas do setor de bioenergia, além de startups.

A programação do evento também inclui palestras de pesquisadores do Brasil e do exterior, além de sessão de pôsteres e prêmio aos melhores trabalhos científicos apresentados pelos participantes.

Mais informações sobre a BBEST 2017: www.bbest.org.br.

Fonte: Agência Fapesp

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