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Publicado em 10/04/2017
Um grupo composto por seis startups apresentará, durante o Agrishow 2017, em Ribeirão Preto (SP), o projeto “Fazenda Inteligente: o futuro chegou”.
A intenção é divulgar os avanços tecnológicos que podem ser aplicados no campo, além de mostrar o uso e a integração dessas tecnologias e sistemas para que os produtores rurais possam aproveitar, ao máximo, suas propriedades e usufruir de todos os recursos oferecidos por essas soluções digitais.
Seis startups parte desse pool: Aeagro, Agrosmart, Horus Aeronaves, Ibra, InCeres e Speclab. Após um extensivo trabalho de pesquisa, além da vivência dos problemas no campo, juntas elas desenvolveram soluções aplicáveis à agricultura de precisão, monitoramento de irrigação, sistemas de gestão, drones, dentre outras tecnologias de ponta.
“Está se formando, no Brasil, um ecossistema muito favorável ao desenvolvimento de novas tecnologias. Nossa primeira participação e das demais empresas envolvidas com o projeto Fazenda Inteligente, durante a Agrishow, é uma prova de como esse movimento está evoluindo no Brasil”, reforça o CEO da InCeres, Leonardo Menegatti.
Segundo o empresário, o diferencial do pool de startups é que todas as tecnologias foram criadas com foco na agricultura tropical, muito diferente das soluções que são importadas de outros países.
“A maioria das empresas desenvolve as tecnologias nos Estados Unidos e quer colocá-las no Brasil. Só que, aqui, tudo é diferente: nossa maneira de pensar, nosso modo de trabalho, nossos solos e as necessidades das nossas plantas”, ressalta Menegatti.
De acordo com o CEO, as tecnologias criadas, e que serão apresentadas no Fazenda Inteligente, foram desenvolvidas para resolver problemas específicos da agricultura brasileira: “Portanto, são muito familiares para um agrônomo ou outro usuário utilizá-las, porque elas foram derivadas dos problemas que eles sentem. Isso nos torna diferentes de tudo o que está sendo feito no mundo e está sendo importado”.
O executivo da InCeres também destaca a forma como essas novas tecnologias serão apresentadas durante a feira: “Todas as soluções e inovações estarão reunidas em um estande conectado e interativo, onde os visitantes poderão saber mais sobre cada uma das plataformas e acessar uma sala de comando, onde podem testar e conhecer, na prática, os benefícios que elas podem oferecer”.
SUSTENTABILIDADE
Para o diretor executivo da Horus Aeronaves, Fabrício Hertz, participar do projeto, em uma feira como a Agrishow, demonstra o interesse do setor no desenvolvimento de novas tecnologias para a sustentabilidade das atividades no meio rural.
“Pretendemos mostrar aos produtores a capacidade de aplicações das tecnologias que dispomos para a agropecuária e, dessa forma, contribuir para a otimização da produtividade”, ressalta.
“Nossa proposta é apresentar tecnologias inovadoras no espaço Fazenda Inteligente, promovendo a integração dos produtores com essas novas ferramentas”, acrescenta Hertz, que vai expor drones e soluções em interpretação de dados oferecidas na plataforma online da empresa.
TERMÔMETRO
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan, a Agrishow 2017 funcionará como “um termômetro interessante para a expectativa de recuperação do setor”.
“Nossa aposta é de um incremento de, pelo menos, 15% nas vendas de equipamentos durante a mostra. A indústria de máquinas como um todo apresenta resultados negativos, mas o setor agrícola vem se destacando e retomando o crescimento”, pondera Marchesan.
Ele espera que a feira receba cerca de 150 mil visitantes e que o faturamento supere os R$ 2 bilhões registrados em 2016: “Mostras, como a Agrishow e as demais feiras que ocorrem pelo Brasil, no decorrer do ano, são essenciais para que a agricultura brasileira possa atender à demanda mundial de alimentos.”
RECUPERAÇÃO DO SETOR DE MÁQUINAS
O setor de máquinas e equipamentos agrícolas está mostrando leve recuperação nos últimos meses, conforme destaca Fábio Meirelles, presidente da Agrishow e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
“A projeção para os próximos anos, com a estabilização de nossa economia, é muito positiva”, diz Meirelles, que também é membro da Academia Nacional de Agricultura da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Ressalta ainda a importância das ações integradas entre diversos setores, como forma de alavancar a recuperação da economia nacional.
“É importante acrescentar que haverá uma enorme evolução na economia brasileira, se integrarmos o setor agrícola com o agroindustrial”, diz o presidente da Faesp, reforçando que “não há outra alternativa a não ser acreditar na recuperação econômica do agro e do país”.
De acordo com ele, é notória a evolução na agricultura brasileira, por meio de maior integração entre toda a cadeia produtiva: “Por isso, acreditamos no protagonismo do agronegócio para a recuperação da economia nacional”.
PANORAMA
Em fevereiro deste ano, a venda de máquinas e equipamentos agrícolas registrou queda de 11,8% em relação a janeiro. “No primeiro bimestre deste ano, o recuo foi de 22,4% em relação ao mesmo período de 2016”, informa o presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan.
Segundo o executivo, o resultado é mais fruto da redução das importações do que das vendas da produção nacional: “A queda registrada nas importações mostra que ainda é prematuro anunciar a retomada dos investimentos”.
De acordo com ele, “o setor agrícola vive um momento favorável e os produtores estão cientes da importância da troca do maquinário por modelos mais modernos e eficientes”.
“Isso provoca um efeito cascata, que resultará em uma boa colheita, aumento da demanda e mais recursos para investir em novos equipamentos. E esse pensamento vem sendo verificado em todo o mundo.”
Para o ano de 2017, a previsão é de um incremento de 15% no volume de negócios do setor como um todo, principalmente devido à previsão de recorde da safra brasileira de grãos.
Conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos 2016/17 está estimada em 222,9 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 19,5% em comparação às 186,6 milhões de toneladas obtidas na temporada anterior.
“Serão cerca de 33 milhões de toneladas a mais que na safra passada. Isso mostra a força do agronegócio brasileiro e a sua capacidade de exportação de soja, milho e outros grãos e de toda a cadeia de proteína animal”, observa Marchesan
Informações de SNA
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