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Publicado em 13/01/2017
Uma das prioridades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, Brasília/DF) é conservar a diversidade genética de plantas, animais e microrganismos em coleções que podem ser mantidas in situ (em seus locais de origem) ou ex situ (fora de seus habitats). Esses acervos genéticos – que podem ser chamados de núcleos e bancos, no caso de animais – são verdadeiros mananciais de genes à disposição da ciência para uma gama interminável de aplicações. Nesses organismos podem estar as respostas para resistência a doenças e pragas agrícolas, tolerância a estresses climáticos, maior produtividade, entre outras inúmeras possibilidades. Mas, para que sejam realmente efetivas, é preciso que sejam conservadas de forma adequada. Por isso, a Embrapa investe desde 2012 na adequação das suas coleções genéticas às normas internacionais de qualidade.
As primeiras ações foram voltadas à conservação de microrganismos e resultaram no diagnóstico de 17 coleções mantidas pela Embrapa em diferentes regiões brasileiras. Em 2016, a Empresa decidiu ampliar esse escopo para os bancos genéticos vegetais e animais e os núcleos de conservação animal. As atividades foram iniciadas em janeiro e, em dezembro, toda a parte de diagnóstico e capacitação de equipes – incluindo três bancos animais – já havia sido concluída, abrangendo dez unidades da Embrapa de norte a sul do País.
Trata-se de um resultado muito positivo, na opinião da pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Clarissa Castro, que é a líder dos três projetos voltados à implementação e monitoramento de sistemas da qualidade nas coleções de plantas, animais e microrganismos da Embrapa. "O ano de 2016, primeiro de execução dos projetos, foi voltado ao diagnóstico e treinamento das equipes. Foi um trabalho árduo, considerando que foram realizados 22 diagnósticos e seis capacitações em unidades da Embrapa de quase todas as regiões brasileiras, mas muito gratificantes", comemora.
O maior desafio, na opinião da pesquisadora, foram os bancos genéticos de plantas e animais e os núcleos de conservação animal, por envolverem atividades de campo e por não haver parâmetros de qualidade pré-definidos. "Tivemos que selecionar requisitos de normas internacionais de qualidade já existentes e adequá-los à realidade do Brasil e da Embrapa", explica.
A implementação da gestão da qualidade nas coleções de plantas, animais e microrganismos da Embrapa vai padronizar as atividades relacionadas a recursos genéticos conferindo rastreabilidade aos resultados e agregando valor a esses locais. Esse processo envolve a implementação de um modelo de gestão para as coleções de microrganismos e de seis requisitos corporativos de qualidade para as coleções de plantas e animais: documentos (externos e internos, com destaque para a padronização de procedimentos); registros (impressos e eletrônicos); pessoal (capacitação e supervisão de empregados e colaboradores); instalações de campo, laboratórios e casas de vegetação (adequações, manutenções e padronizações); condições ambientais (adequações e controles) e equipamentos e rastreabilidade de medição (manutenções, verificações e calibrações).
Os planos de implementação dos sistemas da qualidade já estão sendo elaborados em conjunto com os curadores e começarão a ser aplicados nas coleções a partir de março de 2017 até o final de 2018. Os anos de 2019 e 2020 serão voltados ao monitoramento da execução dos planos.
Fonte: A.I., adaptado pela feed&food.
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