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EPAMIG estuda biofortificação do arroz com zinco

Publicado em 18/07/2016

Pesquisas sobre biofortificação de arroz, técnica capaz de enriquecer o grão com determinada substância, que iniciaram no final do ano passado no Campo Experimental de Sertãozinho da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em Patos de Minas, indicaram que os grãos produzidos tiveram teores de zinco mais elevados do que os produzidos convencionalmente. O zinco é um mineral necessário para o funcionamento adequado do sistema imunológico do ser humano. Segundo o pesquisador da EPAMIG, Maurício Antônio de Oliveira Coelho, a biofortificação de grãos é uma alternativa possível e economicamente viável visando elevar o teor desse nutriente não somente nos grãos de arroz como em outros cereais como o trigo.

 A biofortificação tem como objetivo a melhoria da qualidade nutricional de grãos sem afetar a saúde humana. Além disso, promove o aumento dos teores de minerais nas plantas, o que pode corrigir possíveis deficiências desses nutrientes no solo, melhorando o rendimento das culturas. "Atualmente temos apenas resultados parciais que nos animaram bastante e indicam a possibilidade de aumentar teor de zinco nos grãos de arroz. Estamos aguardando os resultados laboratoriais de um maior número de amostras para divulgarmos os resultados conclusivos”, diz o pesquisador.

 O trabalho teve como estudo a biofortificação do arroz por ser um dos cereais mais consumidos no mundo, um alimento básico para mais da metade da população mundial. O arroz é composto por proteínas, vitaminas, minerais como cálcio, magnésio, potássio, zinco e ferro. O ferro e o zinco apresentam papel relevante na saúde humana, porém estão presentes em baixas concentrações nos grãos. “Os grãos de arroz e trigo foram escolhidos por serem uma das principais fontes de energias da dieta, um alimento de baixo custo que apresenta modo de preparo rápido e fácil, podendo ser utilizado de diversas formas”, justifica o pesquisador.

A pesquisa da EPAMIG é associada a um trabalho de conclusão de curso da graduanda em Biotecnologia e aluna de Iniciação Científica, com ênfase em Enzimologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Bruna Juber de Araújo. Outro trabalho de biofortificação de zinco também está sendo desenvolvido com cinco diferentes cultivares de trigo.

 Programa internacional

Outra pesquisa para biofortificação em alimentos, realizada no Campo Experimental de Sertãozinho, faz parte do projeto internacional Harvest Zinc subordinado ao Programa Harvest Plus. Além do zinco, ela inclui o iodo no processo de biofortificação. Os levantamentos de dados para obtenção da concentração e disponibilidade de zinco e iodo estão sendo realizados na Universidade Sabanci, na Turquia. Já os dados de produtividade e componentes de produção serão obtidos no Brasil. Quem informa é o pesquisador da EPAMIG, Fábio Aurélio Dias Martins. “Não há certeza, mas é grande a expectativa de obtermos a biofortificação, já que são muitas as opções testadas, 13 ao todo”, diz o pesquisador. Ele informa que o programa e seus resultados serão apresentados no seminário Zinc + Iodine Day, dia 13 de setembro, em Uberaba, pela pesquisadora da Embrapa, Marília Nutti, coordenadora do Harvest Plus no Brasil.

 Zinco

De acordo com especialistas, o organismo não produz zinco, por isso são necessárias fontes externas para seu suprimento. O zinco está presente em mais quantidades na farinha de trigo integral, nozes, ovos, água potável. Outras boas fontes de zinco são carnes bovinas, peixes, aves, leite e derivados, mariscos, feijão. É um micronutriente de grande importância nos processos biológicos tanto dos seres humanos, quanto de plantas e animais, uma vez que é essencial para o funcionamento de diversas enzimas. Quando presente na estrutura das enzimas, o zinco permite que estas participem do metabolismo de proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos. O mineral é necessário até mesmo para o funcionamento adequado do sistema imunológico e pode ajudar no tratamento de doenças mais graves como a AIDS, e ainda artrite reumatóide, lúpus, fibromialgia, entre outras.

Fonte: Epamig

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