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Publicado em 04/05/2016
O alto índice de impacto da Revista Nature Biotechnology (41.514) dá a dimensão da importância do conteúdo do artigo nela publicado esta semana. Pesquisadores do Departamento de Fitopatologia e do Instituto de Biotecnologia Aplicado à Agropecuária (Bioagro) da UFV desenvolveram uma planta geneticamente modificada capaz de resistir à ferrugem asiática da soja, a principal doença da cultura no Brasil. Os pesquisadores foram buscar no feijão guandu o gene que a soja precisava para resistir ao fungo que causa prejuízos astronômicos à cultura mais importante para o agronegócio no país.
A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Para combatê-la, os produtores brasileiros usam cada vez mais fungicidas. Além dos conhecidos problemas ambientais decorrentes do uso desses produtos, o custo médio para o controle da doença no Brasil é estimado em US$ 2 bilhões por safra. O problema é agravado pelo fato de o fungo estar cada vez mais resistente ao uso desses defensivos. A pesquisa da UFV pode ser uma alternativa para tornar a soja resistente, reduzindo os impactos da doença que afeta as folhas e reduz a produtividade das lavouras.
O trabalho foi coordenado pelo professor Sérgio Herminio Brommonschenkel, do Departamento de Fitopatologia, e financiado pela Two Blades, uma fundação americana que financia projetos direcionados ao desenvolvimento de resistência durável a doenças em plantas. Foram oito anos de trabalhos intensos até a publicação dos resultados. Entre os autores do artigo estão estudantes de doutorado e de iniciação científica orientados pelo professor Sérgio, além de pesquisadores do The Sainsbury Laboratory, da Inglaterra, e da empresa DuPont Pioneer, parceiros na pesquisa.
De acordo com o professor Sérgio, o grande impacto da pesquisa é a demonstração do potencial de diferentes espécies de leguminosas como fontes de resistência para a ferrugem asiática da soja e possivelmente de outras doenças importantes nessa cultura. Embora pertençam à mesma família das leguminosas, o feijão e a soja são espécies diferentes e não se cruzam naturalmente. Os pesquisadores tiveram que identificar e mapear o gene de resistência no feijão guandu, para depois cloná-lo e transferi-lo para a soja por meio da transformação genética. “A planta resistente obtida é transgênica e ainda precisa ser testada e passar por todas as etapas de análise de biossegurança e de avaliação agronômica antes do uso comercial, mas acreditamos que tenha um futuro promissor”, disse o professor da UFV. Segundo ele, “outros genes de resistência em outras espécies de leguminosas já foram identificados e estão em fase de mapeamento e clonagem. O objetivo é reunir esses diferentes genes em uma mesma variedade de soja para obter uma outra com resistência mais durável.
O artigo A pigeonpea gene confers resistance to Asian soybean rust in soybean foi publicado na edição do dia 25 de abril da Nature Biotechnology, o periódico científico de maior impacto na área de biotecnologia, de acordo com o Journal Citation Reports®. A pesquisa irá compartilhar a capa do próximo número do periódico, juntamente com dois outros artigos que descrevem a clonagem de genes de resistência em trigo e batata.
Mais informações sobre a pesquisa estão nos links:
http://www.tech.com.pk/2016/04/three-new-gm-crops-will-change-farm.html
http://www.eurekalert.org/pub_releases/2016-04/tbf-sad042216.php
http://gizmodo.com/youll-be-seeing-a-lot-of-these-three-genetically-modifi-1772866290
Fonte: Mais soja / UFV
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