Dos produtores que tiveram as produtividades acima de 300 sc/ha, a taxa de aplicação de N mais utilizada
foi entre 280 e 335 kg/ha, sendo que alguns deles complementaram a aplicação usando esterco.
O momento da aplicação de N pode ser tão importante quanto a taxa de aplicação.
Quanto menor o tempo entre a aplicação de N e a absorção pela cultura, menores serão as
taxas de perdas. A máxima absorção de N se dá durante a fase de crescimento acelerado de desenvolvimento
vegetativo, entre V12 e VT (pendoamento). Entretanto o requerimento de N é considerado alto de V6 até R5.
Vejamos no gráfico 4 o momento de aplicação de N dos produtores que obtiveram as produtividades
maiores de 300 sc/ha. Apenas alguns produtores ainda fazem a aplicação no outono, enquanto muitos fazem a aplicação
antes do plantio. Mais de 80% fazem aplicações durante o desenvolvimento da cultura.
Fósforo (P) e Potássio (K): assumindo que os solos sejam mantidos em níveis adequados, os produtores
devem adicionar, pelo menos o nível de P e K que será extraído pela cultura. Além disso, esses
nutrientes devem estar disponíveis nas zonas de absorção dos nutrientes. O milho em grão extrai
cerca de 0,50 kg de P2O5 e 0,30 kg de K2O por saca produzida. Isso significa que para uma produtividade de 300 sc/ha
haverá a extração aproximada de 144 kg de P2O5 e 100 kg de K2O por hectare.
Micronutrientes: Micronutrientes foram aplicados em quase metade das lavouras que tiveram resultados de produtividade
superiores a 300 sc/ha. Os mais comuns foram: Enxofre (S) e Zinco (Zn), com algumas aplicações de Boro (B),
Magnésio (Mg) e Manganês (Mn). Em geral, os micronutrientes são encontrados em quantidades suficientes
na maior parte dos solos americanos. Entretanto, solos arenosos com baixo teor de matéria orgânica apresentam
alguma deficiência desses micronutrientes, enquanto que solos com alto pH podem fazer com que fiquem indisponíveis.
O Enxofre (S) é extraído depois do Nitrogênio, Fósforo e Potássio em termos de
importância para a produtividade da cultura. A mineralização da matéria orgânica é
a fonte primária de fornecimento desse nutriente, uma vez que está presente em grandes quantidades na matéria
orgânica. A fertilização com Enxofre, historicamente não tem sido um grande problema nos solos,
entretanto, tem se percebido que com o incremento contínuo de produtividade, algumas deficiências estão
começando a aparecer.
PROTEÇÃO DA CULTURA
Manejo de pragas: a maioria dos produtores com produtividades superiores a 300 sc/ha usaram tecnologias de
resistência à pragas. Quase todos esses produtores usaram tecnologias acima do solo (foliares) e quase metade
deles usaram tecnologias para controle de pragas abaixo do solo (proteção das raízes).
Manejo das Doenças: manter o milho livre do estresse de doenças foliares, do colmo e da raiz
é um fator muito importante para obtenção de altas produtividades. Doenças como Cercospora, Turcicum,
Ferrugem Polissora e Ferrugem Comum podem rapidamente destruir a área fotossintética da planta diminuindo o
seu potencial produtivo. Além disso, a redução da área fotossintética pode causar a diminuição
de carboidratos no colmo, resultando em maior risco de podridões que podem levar a planta ao tombamento. Vários
produtores do Concurso aplicaram mais de um tratamento com fungicida, frequentemente utilizando diferentes modos de ação.
Em 2016 a DuPont Pioneer apresentou um estudo com o resultado de 1.241 ensaios conduzidos entre 2007 e 2015. Os
resultados positivos para aplicação de fungicida ocorreram em 82% do tempo, com uma resposta média de
quase 8 sc/ha para aplicações entre VT e R2 (Jeschke, 2016). Fungicidas foliares tendiam a fornecer um benefício
maior para híbridos com menor resistência a doenças e quando as condições eram favoráveis
para o desenvolvimento das mesmas.
Manejo de Plantas Daninhas: nas últimas 3 safras, todas as áreas com produtividades acima de
300 sc/ha eram com o Gene Roundup Ready®. Entretanto, em grande parte dessas áreas houve um bom programa
de manejo incluindo herbicidas pré e pós emergentes. Um excelente controle de plantas daninhas é muito
importante para obter altas produtividades em milho. Estudos mostram que o período crítico da competição
das plantas daninhas com o milho começa a partir de V2 a V3 e vai até V12.
Com o passar dos anos ficou ainda mais evidente que apenas copiar uma tecnologia de um lugar para outro pode
ser perigoso. No entanto, os EUA é uma grande fonte de conhecimento para aumento de produtividade. Neste artigo pudemos
ter uma ideia de algumas práticas comuns dos produtores que venceram concursos de produtividade nos EUA e, com isso,
queremos instigar os produtores brasileiros a buscar melhorias nos processos na sua propriedade para que continuem buscando
cada vez mais o aumento da produtividade.
Caso ainda existam dúvidas ou questionamentos sobre como os produtores nos Estados Unidos alcançam resultados
como estes, temos um espaço aberto para perguntas. Com certeza traremos a resposta da forma mais rápida e adequada
possível.
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