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Publicado em 15/12/2015
A Copel se uniu, na região Oeste do Paraná, ao Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás)
para desenvolver um projeto inovador de aproveitamento de biogás para geração de energia a partir de
resíduos animais. Nesta sexta-feira (11), o governador Beto Richa, o presidente da Copel, Luiz Fernando Vianna, e o
presidente da CIBiogás, Rodrigo Regis de Almeida, assinaram, em Entre Rios do Oeste, o protocolo de intenções,
que marca o lançamento do projeto.
Com investimento de R$ 17 milhões em recursos de pesquisa
e desenvolvimento aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o projeto vai interligar 19 propriedades
suinocultoras e avicultoras da região de Entre Rios do Oeste por meio de um biogasoduto com cerca de 22 quilômetros.
O projeto garante o tratamento dos dejetos animais transformando um agente poluidor em biogás e biofertilizante, com
a possibilidade do produtor comercializar estes produtos gerando um renda adicional.
“Um importante
projeto que será referência para o Brasil. Os investimentos em novas formas de geração de energia
limpa, como o biogás, são fundamentais para esse momento em que o mundo todo se reúne para discutir a
situação do meio ambiente”, afirmou o governador Beto Richa. “Não temos mais a opção
de preservar ou não o ambiente que vivemos. Temos obrigação e responsabilidade com as futuras gerações.
A cada dia, sentimos mais o rigor dos efeitos climáticos”, ressaltou. “Com o biogás, teremos um
desenvolvimento mais sustentável no Paraná.”
Para o presidente da Copel, Luiz Fernando Vianna,
o investimento em biogás consolida o Paraná como pioneiro na geração de novas fontes limpas de
energia. “Esse é um projeto inovador que, além dos benefícios energéticos e ambientais,
gerará renda adicional aos produtores. É um projeto piloto que poderá ser levado para outras cidades
paranaenses”, afirmou o presidente.
O prefeito de Entre Rios Oeste, Jones Neuri Heiden, disse que os
estudos foram iniciados há mais de oito anos. “Uma ideia original e inovadora que será um diferencial
para o município”, afirmou. Ele agradeceu a parceria com o governo estadual. “Esse é um projeto
muito caro que a cidade não poderia arcar sozinha. Temos uma importante parceria com o Estado para a execução
desse programa”.
INOVADOR - O biogás produzido na rede de biodigestores
será filtrado em uma refinaria para se transformar em biometano e este será canalizado para uma Minicentral
Termelétrica (MCT) com capacidade total de 480 kW. A interligação das propriedades em torno de uma MCT
é essencial para garantir a viabilidade econômica do projeto.
O projeto é inovador no
sentido de agrupar pequenas unidades produtoras em torno de uma grande central de aproveitamento energético de biogás,
o que possibilita ganho de escala no custo de geração.
Trata-se de um modelo de tratamento
dos dejetos animais para a produção de biogás e biometano que poderá ser replicado em outras regiões
do Paraná, com ganhos ao meio ambiente, para os produtores e para o uso de gás a partir de sistemas isolados,
a ser gerida pela Compagás, e que podem ser duplicada para outras finalidades além da produção
de energia elétrica.
A biodigestão de dejetos orgânicos para a produção
de energia tem como parceiros a Copel Geração e Transmissão (financiadora e gestora do projeto) e o CIBiogás
como executor. O CIBiogás é formado por 17 instituições que desenvolvem ou apoiam projetos relacionados
a energias renováveis, entre elas Copel, Itaipu, Compagás, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento,
Iapar, Fiep, Sebrae, Faep, Fundação Parque Tecnológico de Itaipu, Instituto de Tecnologia Aplicada e
Inovação, entre outras.
Também participam do projeto a Prefeitura Municipal de Entre
Rios do Oeste e a Autarquia Municipal de Serviços de Água, Saneamento e Energia.
PRESENÇAS
- Participaram do lançamento o presidente da Itaipu, Jorge Samek; o secretário chefe da Casa Civil,
Eduardo Sciarra; o diretor-presidente da Copel Geração e transmissão, Sérgio Luiz Lamy, o presidente
da Compagas, Fernando Ghignone; o presidente da Cooperativa Frimesa, Valter Vanzela, e os deputados estaduais Carlos Schiavinato
e Elio Rusch.
BOX 1
Produtividade do solo e incentivo ao cooperativismo
Além de transformar um agente poluidor em biogás e biofertilizante, a biodigestão dos resíduos
também possibilita renda extra pela venda de créditos de carbono decorrentes da captura de gases do efeito estufa.
O projeto também tem outras vantagens:
- o efluente do processo resulta em um biofertilizante rico
em nitrogênio, fósforo e potássio, que melhora a produtividade do solo ao mesmo tempo em que diminui a
dependência de fertilizantes importados;
- incentiva o cooperativismo entre os produtores, constituindo
uma rede de negócios a partir da produção do biogás;
- o uso da biomassa residual
para geração de energia evita que o metano gerado pelos resíduos sejam lançados na atmosfera.
Os rebanhos suínos respondem por 13% das emissões de gases do efeito estufa no mundo;
- ao reduzir
o despejo de dejetos nos rios e reservatórios de água, o projeto minimiza a proliferação descontrolada
de algas, que além de nocivas à saúde humana, podem causar entupimento de canais adutores nas usinas
hidrelétricas e aumentar a mortandade da fauna e flora aquáticas;
- promove a valorização
dos produtos da agropecuária decorrente da adoção de ações de responsabilidade socioambiental.
BOX 2
Projeto aprovado em chamada pública da Aneel
O projeto
de aproveitamento do biogás oriundo da biodigestão de dejetos suínos em Entre Rios do Oeste foi um dos
três projetos da Copel aprovados na Chamada Pública lançada pela Aneel, em julho de 2012. A Chamada Pública
foi de Pesquisa e Desenvolvimento estratégico “Arranjos técnicos e comerciais para inserção
da geração de energia elétrica a partir de biogás oriundo de resíduos e efluentes líquidos
na matriz energética brasileira”.
O objetivo foi inserir o biogás na matriz energética
brasileira, com foco na geração distribuída, além de saneamento ambiental e a Política
Nacional de Resíduos Sólidos.
O Paraná é o maior produtor de frango do Brasil
(5 milhões de cabeças/dia) e também o maior exportador. É também o terceiro produtor de
suínos do país (8,4 milhões de cabeças/ano) e tem realizado expressivos investimentos no aumento
e na melhoria dessa produção. Os dejetos produzidos podem poluir o solo, cursos de rios e lençóis
freáticos.
A filtragem do gás retira o enxofre, o gás carbônico e principalmente
a água, aumentando a vida do útil dos geradores, e transforma o biogás em biometano, produto já
classificado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O aproveitamento dos dejetos de suínos
para a geração de energia, em todo o Brasil, supera 1 milhão de MWh, o suficiente para atender ao consumo
de uma população de 5 milhões de pessoas.
900 milhões de toneladas é a
quantidade de esterco produzida anualmente pelo rebanho brasileiro de suínos, sendo 180 milhões provenientes
de animais criados em estábulos e cujos resíduos poderiam ser aproveitados para a geração de biogás.
Fonte: AEN
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