BRS Ouro Preto chega às lavouras
As mudas da BRS Ouro Preto estão sendo comercializadas em Rondônia por viveiristas credenciados pelo Ministério
da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Antônio Gotz é um deles e conta que a procura por mudas
da cultivar está grande. "Recebemos bastante visita que vem ver essa variedade. Vem produtor do nosso estado, já
tivemos produtor do Acre, Amazonas e Mato Grosso. Já estão nas lavouras de Rondônia umas 70 mil mudas
e para o final do ano vamos ter mais umas 200 mil", explica o viveirista credenciado.
Ao visitar os jardins clonais e viveiros credenciados, algumas características da estrutura da nova cultivar têm
chamado a atenção dos cafeicultores. Antônio conta que, ao olhar para a planta, os produtores já
observam a quantidade de rosetas por ramo, demonstrando o potencial produtivo da cultivar. "Para os outros cafés da
região, os espaçamentos dos ramos são longe um do outro e a BRS Ouro Preto é mais compactada,
aí tem condição de dobrar a produção", comenta.
A curta distância entre as rosetas possibilita também que haja um maior número delas e, consequentemente,
mais frutos por ramos. Assim, com o adensamento da lavoura, é possível ter mais plantas por área, utilizando-se
com eficiência o espaço e favorecendo o aumento da produtividade. Além destas características,
a BRS Ouro Preto possui uniformidade de maturação dos frutos, moderada tolerância à ferrugem e
ao estresse hídrico. "O produtor fica feliz com planta saudável e colheita farta. É dinheiro no bolso
e é esse nosso objetivo", finaliza o viverista.
O pesquisador da Embrapa Rondônia e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da BRS Ouro Preto, André
Rostand, destaca: "A BRS Ouro Preto tem condições de promover a inserção competitiva da agricultura
familiar no mercado, além de contribuir para a sustentabilidade econômica e social das pequenas propriedades
rurais cafeicultoras no estado", comenta. O pesquisador reforça o papel de Rondônia na cafeicultura, que hoje
é o quinto maior produtor de café do Brasil e juntamente com o Espírito Santo são responsáveis
por 90% da produção nacional de café conilon/robusta.
Além da expressividade econômica para Rondônia, o cenário atual da cultura no estado também
favorece a adoção da nova cultivar. Rostand explica que a BRS Ouro Preto está chegando ao campo em um
excelente momento, em que os cafeicultores estão mais atentos à importância do uso de tecnologias e a
cultivar é indicada para cafeicultores que já adotam algumas tecnologias básicas, como adubação,
manejo de pragas e doenças, entre outras.
O cafeicultor e também viveirista Reonides Pezzin, do município de Buritis (RO), confirma os benefícios
da adoção de tecnologias: "Os pequenos produtores têm que diminuir a área plantada, investir em
tecnologia e, fazendo isso, eles vão aumentar a produção e ter uma renda grande para a família
que tem que ficar no campo".
BRS Ouro Preto: primeira cultivar de café da Embrapa.
A cultivar de café Conilon BRS Ouro Preto (Coffea canephora Pierre ex Froehner), a primeira lançada pela
Embrapa no Brasil, é resultado de pesquisa conduzida pela Embrapa Rondônia e o Consórcio Pesquisa Café.
Também é a primeira cultivar de café conilon do Brasil a receber o Certificado de Proteção,
concedido pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares, vinculado ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Recomendada para Rondônia e região da Amazônia Ocidental, a cultivar possui 15 clones e foi obtida
pela seleção de cafeeiros com características adequadas às lavouras comerciais do estado e adaptada
ao clima e ao solo da região. Sua denominação é uma homenagem ao município de Ouro Preto
do Oeste, centro pioneiro da colonização oficial do antigo território de Rondônia.
A comercialização da BRS Ouro Preto é realizada apenas por viveiristas credenciados pelo Mapa, de
maneira que a qualidade da cultivar seja mantida e entregue ao cafeicultor. Os viveiristas e seus contatos podem ser obtidos
no
Portal da Embrapa.
Renata Silva (MTb 12361/MG)
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