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Publicado em 12/11/2015
Sustentabilidade é uma das palavras chaves para as pesquisas que são desenvolvidas por cientistas na Embrapa
Agroenergia. Seguindo essa linha, a macaúba, árvore nativa do Brasil e com grande potencial para produção
de frutos, não poderia ser deixada de lado, que coerentemente, tem recebido atenção e investimento por
parte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
A Macaúba é encontrada em maiores concentrações, nas regiões
onde o cerrado é predominante, como é o caso do estado de Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins e nas áreas
do Distrito Federal, mas também ocorre em outras áreas, como no Nordeste Brasileiro.
Mais recentemente
a Macaúba tem sido apontada como alternativa para o desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais (SAF's) e no contexto
da integração, lavoura, pecuária e florestas (iLPF).
A Embrapa tem investido em pesquisas
com o objetivo de recuperar áreas de pastagens degradadas com iLPF, juntando na mesma propriedade diversos sistemas
produtivos, como por exemplo, grãos, fibras, carne, leite e agroenergia. Seguindo esse viés, a Embrapa pretende
intensificar o plantio da macaúba dentro do programa de agricultura familiar em diversas regiões do Brasil.
Para isso, tem parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA que estimula as pesquisa e a
produção pelos pequenos agricultores.
Com o objetivo de viabilizar tal cenário, a Embrapa
por meio das unidades Agroenergia e Cerrados vêm desenvolvendo ao longo dos últimos anos uma série de
trabalhos, que vão desde o estabelecimento de sistemas de produção, consorciados ou não, até
a determinação de parâmetros de qualidade do óleo para diversas aplicações, incluindo
a produção de biocombustíveis. Esses trabalhos fazem parte de projetos que contam com o apoio do governo
federal, por meio da agência de inovação (FINEP), como é o caso do projeto PROPALMA; e recursos
de apoiadores do exterior, um exemplo é o ICRAF-IFADWorld Agroforestry Centre – International Fund for Agricultural
Developmentque financia o projeto MacSaf.
Perspectiva da macaúba no País
O fruto da palmeira
pode ser utilizado para diversas finalidades, seja para ração animal, no desenvolvimento de carvão ou
na produção de biodiesel e biocombustíveis de aviação.
No entanto, a inserção
da palmeira nessas cadeias produtivas ainda depende de desenvolvimento tecnológico em diversas etapas do sistema produtivo.
"Em vários locais onde a palmeira é encontrada já existe produção agropecuária,
a macaúba é vista como uma árvore que dá sombra e fruto" diz Alexandre Alonso, pesquisador da
Embrapa Agroenergia.
Alexandre acredita que é necessário difundir os múltiplos usos da palmeira
para que os produtores identifiquem uma oportunidade de incrementar a produção e a renda de sua propriedade.
"Isso aliado ao desenvolvimento de tecnologias e sistemas de cultivo certamente dará novo folego para a exploração
desta palmeira, hoje totalmente realizada de modo extrativista", destaca o pesquisador.
O produtor rural, Waldomiro
Cardoso da Silva, da Cooperativa, de Mirabela/MG conta que a partir da macaúba podem ser desenvolvidos uma variedade
de artigos, desde produtos de limpeza, cosméticos, até óleos comestíveis. Com isso, os ganhos
são direcionados tanto para a parte ambiental quanto econômica, já que a palmeira é sabidamente
produtiva por décadas.
O agricultor tem ainda, ao cultivar/explorar a árvore, a vantagem de a mesma
permitir o cultivo concomitante de outras culturas em sistemas consorciados ou pastagens. Dessa forma os pequenos agricultores
têm a oportunidade de diversificar sua renda ao final do mês.
Projetos de pesquisa
O projeto MacSaf,
desenvolvido na região Nordeste do País no contexto do Programa para o Desenvolvimento de Cultivos Alternativos
para Biocombustíveis do –ICRAF-IFAD, busca desde o ano passado agregar a palmeira em SAF's, explorando principalmente,
o conceito de cultivos integrados com potencial de introdução de atividades agrícolas.
"A macaúba foi plantada utilizada como componente de floresta das áreas que farão parte do projeto",
ressalta o coordenador do Projeto e pesquisador da Embrapa Agroenergia, Alexandre Cardoso.
Ele conta ainda que,
além da macaúba, o pinhão-manso e culturas de uso alimentar como o amendoim, feijão e soja também
devem entrar na composição. "Já foram implantadas áreas englobando macaúba, feijão
caupi e milho, nos experimentos implantados", diz Cardoso.
O projeto PROPALMA, financiado pela FINEP, também
busca viabilizar o cultivo da macaúba. Esse projeto foca especificamente em pesquisas que tem como finalidade a produção
de biocombustíveis e aproveitamento de coprodutos e resíduos. Alexandre Alonso, pesquisador da Embrapa Agroenergia
e coordenador do projeto, enfatiza que o projeto visa desenvolver tecnologias que conjuntamente permitam a consolidação
de um sistema de produção para a espécie.
"O projeto tem ações voltadas para
o desenvolvimento de tecnologias que visam à produção de mudas, métodos de plantio, sistemas de
irrigação, estratégias de adubação, e manejo de pragas e doenças" diz o pesquisador.
Segundo Alonso, outro componente importante do projeto, são as ações focadas no desenvolvimento
e caracterização de recursos genéticos e melhoramento genético. "Nosso objetivo é desenvolver
novas variedades de Macaúba, com características mais adequadas e promissoras para os agricultores", ressalta
o pesquisador.
Em comum a esses dois últimos projetos, existe a visão da empresa para espécies
vegetais ditas alternativas. A Embrapa busca viabilizar o plantio destas espécies, em sistemas intensivos, sem deixar
de apoiar ações voltadas aos pequenos produtores com a exploração extrativista.
A integração
entre essas estratégias ocorre naturalmente uma vez que o sistemas e tecnologias em desenvolvimento permitirão
aos pequenos produtores iniciarem um plantio em escala comercial, ao mesmo tempo em que permite que produtores que já
adquiriam experiência com a palmeira em sistemas extrativistas, possam continuar a explorá-la desse modo, mas
de uma forma sustentável, e eventualmente também de maneira intensiva com auxilio de um pacote tecnológico.
Com tudo, os profissionais de pesquisa esperam que os resultados destes projetos possam abrir novas possibilidades
para aqueles que têm interesse na espécie.
Fonte: Ago
olhar
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