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Publicado em 28/08/2015
A pimenta-do-reino é uma cultura em expansão no Espírito Santo. Para desenvolver variedades mais resistentes
a doenças, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) iniciou
um projeto de pesquisa em melhoramento genético da planta. Os experimentos estão sendo feitos na Fazenda do
Instituto em Linhares.
O projeto "Geração de poliploides e híbridos interespecíficos
no melhoramento genético da pimenta-do-reino" é coordenado pelo pesquisador do Incaper Lúcio de Oliveira
Arantes, mestre em genética e melhoramento de plantas. Possui financiamento da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).
De acordo com o pesquisador, um dos objetivos do projeto é obter
genótipos que viabilizem a enxertia no intuito de se evitar os fungos de solo que mais afligem as lavouras de pimenta-do-reino,
ou seja, Fusarium spp. e Phytophthora spp. “Também pretendemos possibilitar a inclusão dos genótipos
obtidos como fontes de resistência em programas de melhoramento genético da cultura”, explicou Lúcio.
No Espírito Santo, esse projeto é muito importante para
a agricultura familiar. “Os incentivos à pipericultura contribuem significativamente para o desenvolvimento do
meio rural, devido ao fato de a cultura estar intimamente atrelada à agricultura familiar, constituindo-se em importante
fonte de renda e ainda ser geradora de milhares de empregos”, afirmou o pesquisador.
Ele disse ainda que
a pimenta-do-reino é uma cultura muito eficaz de distribuição de renda no meio rural e, consequentemente,
no meio urbano. “Além disso, por ser um produto tipicamente de exportação, a geração
de divisas, que é da ordem de dezenas de milhões de dólares anuais, contribui para o desenvolvimento
do Estado como um todo”, enfatizou Lúcio.
Produção mais sustentável e redução
de custos
A obtenção de genótipos que demandem menos insumos, principalmente agrotóxicos,
contribui muito para o aumento da rentabilidade da atividade, bem como para a saúde e bem-estar dos agricultores.
Para o pesquisador que coordena o projeto, o aumento da vida útil da lavoura, por exemplo, também é
um aspecto muito importante, pois dilui o alto custo de implantação além de aumentar significativamente
a produtividade média ao longo dos anos.
“Se considerarmos apenas o custo de implantação
em condições de sequeiro, por volta de R$ 23,00 por planta e uma vida útil de 7 anos, chega-se a um custo
de R$ 3,29/planta/ano. O incremento de apenas um ano de vida útil à lavoura poderia significar uma economia
de R$0,42 por planta no custo de implantação. Pode parecer pouco, mas quando consideramos 2.300 hectares com
1.500 plantas por hectare, em média, isso pode representar uma economia de aproximadamente R$1,5 milhão, equivalente
a R$630,00/hectare”, avaliou Lúcio.
Mas, o impacto na redução de custos da lavoura é
ainda maior levando-se em conta a produção média obtida e a redução ou até mesmo
não utilização de fungicidas. “Um dos resultados desse projeto, em um curto prazo, é obter
genótipos que viabilizem a utilização de porta-enxertos imunes a alguns patógenos de solo, principalmente
a fusariose”, relatou o pesquisador.
Novos mercados
Alguns híbridos da pimenta-do-reino
têm grande potencial de gerar plantas com o objetivo de extração de substâncias do metabolismo secundário,
geralmente encontrados em seu óleo essencial, a exemplo do safrol, que possui ampla aplicação na indústria,
principalmente a farmacêutica e de perfumaria, em inseticidas biodegradáveis e até mesmo aeroespacial.
“Essa substância possui alto valor de mercado, o que em um médio e longo prazo poderá viabilizar
o desenvolvimento dessa atividade no agronegócio capixaba”, destacou Lúcio.
Fonte: Assessoria
de Comunicação do Incaper
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