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Sorgo biomassa é alternativa para a produção de energia

Publicado em 25/08/2015

O sorgo biomassa tem sido pesquisado pela Embrapa e apresenta qualidade para gerar energia com poder calorífico similar ao da cana, do eucalipto e do capim-elefante. É uma planta que atinge até seis metros em apenas 180 dias. Sem dúvida nenhuma é uma alternativa para a geração de energia.

sorgo

 

O pesquisador André May da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) explica que o material se mostra mais econômico por fornecer muita massa num curto intervalo de tempo. Chega a produzir 150 toneladas de matéria fresca por hectare. Além disso, o sorgo biomassa é vigoroso, resistente a pragas e a doenças.

Rafael Parrella, pesquisador da Embrapa na mesma Unidade, destaca que a cultura é totalmente mecanizável. “Plantio, manejo cultural e colheita são feitos com uso de máquinas. Diferentemente da cana e do capim-elefante, que têm plantio com estacas, o sorgo biomassa é propagado por sementes, o que facilita a implantação das áreas.”

Parrella é melhorista e tem avaliado cultivares de sorgo biomassa. “Avaliamos híbridos experimentais em vários locais, onde há demanda por matéria-prima para cogeração de energia. Analisamos produtividade e adaptação a diferentes ambientes no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País”, explica.

Nova cultivar

A partir das pesquisas realizadas, foi gerado o primeiro híbrido de sorgo biomassa desenvolvido pela Embrapa: o BRS 716. O material já está registrado no Ministério da Agricultura para comercialização. “Desenvolvido para cogeração de energia por meio da queima de biomassa, o híbrido apresenta alta produtividade, em média, de 120 a 150 toneladas de matéria fresca por hectare. Tem ciclo curto, de seis meses, e porte entre cinco e seis metros de altura”, conta Parrella, ressaltando que o material possui boa sanidade, resistência ao acamamento e adaptação ampla a diferentes regiões do Brasil.

O pesquisador explica que o BRS 716 tem biomassa com alto teor de fibra (de 22 a 28%) e baixo teor de umidade (em torno de 50%). “É essa a média de umidade que interessa a muitas usinas termelétricas, pois as caldeiras foram projetadas para fazer a queima com esse percentual, que é similar ao de outras fontes de biomassa, como o bagaço de cana”, comenta Rafael.

A Embrapa Produtos e Mercado dispõe de sementes do novo híbrido para comercialização. O analista Marcelo Dressler explica que o público-alvo do negócio são empresas interessadas em realizar testes de produção e análises de desempenho do material na geração de energia elétrica.

Fontes alternativas de energia

A demanda crescente por energia tem levado à busca por fontes alternativas. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram o aumento do total de energia demandada no País, que atingiu 296,2 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (MTep) em 2013, acréscimo de 4,5% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, por causa da escassez de chuvas, houve redução da oferta de energia proveniente das hidrelétricas.

Por consequência, tem ocorrido um aumento de geração de energia térmica, e uma opção que se mostra cada vez mais importante é o uso de biomassa. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, “pode ser considerado biomassa todo recurso renovável que provém de matéria orgânica e tem por objetivo principal a produção de energia”. Uma das vantagens da biomassa é que seu aproveitamento pode ser feito diretamente, por meio da combustão em fornos e caldeiras.

Atualmente, a biomassa vem sendo bastante utilizada na geração de eletricidade, principalmente em sistemas de cogeração (produção combinada de calor e eletricidade).

Fonte: Canal Bioenergia

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