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Publicado em 24/02/2015
Uma técnica nova, a microbiolização, reduz o tempo de produção de mudas de banana em até 20 dias, dependendo das condições e da variedade utilizada. Ela tem dado bons resultados quando aliada ao mais recomendado método de multiplicação de mudas de bananeira – a propagação vegetativa in vitro, também conhecida como micropropagação, atualmente, a maneira mais segura e rápida de se obter mudas de qualidade e livres de doenças importantes.
Para agilizar o tempo da produção de mudas de bananeira e reduzir os custos, a Embrapa acrescentou à micropropagação in vitro bactérias específicas que atuam como promotores do crescimento vegetal ou agentes de controle de patógenos como bactérias, vírus e fungos.
O pesquisador Harllen Silva, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), explica que a micropropagação pode ser resumida em duas fases: o enraizamento in vitro e a aclimatização, com as mudas já em casa de vegetação. "O que fizemos foi introduzir bactérias nas duas fases para tentar reduzir o tempo de enraizamento e de aclimatização", diz o especialista. As plantas oferecem os nutrientes e o habitat para as bactérias, as quais promovem o crescimento e a sanidade das plantas. "É uma interação benéfica. Na natureza é assim. Com esse processo chamado de microbiolização, conseguimos reduzir em dez dias o tempo de enraizamento, que geralmente é de 30 dias, e reduzimos em 75% a quantidade do regulador de crescimento artificial, que pode ser o ácido naftalenoacético ou ácido indolacético", destaca.
Ao introduzir a técnica da microbiolização nas mudas de bananeira micropropagadas somente na fase de enraizamento, houve uma redução de 10% no tempo de produção de mudas. Quando a técnica foi aplicada nas fases de enraizamento e aclimatização, a redução no tempo foi de 22%. O desenvolvimento convencional leva geralmente 90 dias, portanto a microbiolização leva até 20 dias a menos.
Decorridos 70 dias do experimento (20 de enraizamento e 50 de aclimatização), as mudas provenientes de explantes − partes de tecido ou órgão vegetal utilizado para iniciar uma cultura in vitro − tratadas na fase de enraizamento e durante a aclimatização foram avaliadas de acordo com os parâmetros altura, peso fresco e peso seco da parte aérea, número de folhas e peso do sistema radicular. Os resultados foram equivalentes aos encontrados no método de micropropagação convencional, só que avaliado aos 90 dias. Desse modo, tanto a empresa pode produzir maior número de mudas por ano como reduzir o preço no mercado, atraindo maior número de compradores. "Como um ciclo é formado por 90 dias, ao se reduzir 20 dias, ganha-se um ciclo a mais de produção durante um ano", esclarece Harllen.
Os ensaios foram realizados nos laboratórios da Campo Biotecnologia Vegetal, empresa parceira da Embrapa, com as variedades de banana Maçã, Prata Anã e Prata Comum, as mais vendidas pela empresa, e os tratamentos foram realizados conforme rotina de produção da biofábrica. Nos ensaios mais recentes, Harllen conseguiu definir a frequência de aplicações de bactérias na fase de aclimatização, a mais interessante para a biofábrica. "Com os resultados, concluímos que aplicações a cada três semanas garantem a redução em dez dias na fase de aclimatização", afirma o pesquisador.
Apesar da grande redução no uso dos reguladores artificiais de crescimento, a inclusão do processo criou uma etapa a mais na rotina da biofábrica. "Foi tudo feito de modo artesanal. Promovíamos o crescimento da bactéria, fazíamos a suspensão, calibrávamos e colocávamos o explante. Isso levava três dias. Então, precisamos melhorar esse processo para que se torne interessante para as biofábricas", ressalta o pesquisador.
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Com informações de Embrapa.
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