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Frutas amazônicas podem auxiliar no tratamento de colesterol alto, diabetes e obesidade

Publicado em 27/01/2015

Pensando em utilizar todo o potencial biotecnológico dos frutos, a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Francisca Souza, desenvolve uma pesquisa em que analisa o valor nutricional e o uso dos mesmos contra doenças crônicas não transmissíveis, por exemplo, metabólicas (colesterol alto e diabetes) e obesidade. A pesquisa intitulada ‘Frutos amazônicos para a produção de alimentos funcionais’, será desenvolvida com aporte financeiro do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). Souza foi contemplada no Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas –Edital 030/2013), o qual irá complementar as outras pesquisas que vêm sendo realizadas. Dentre as espécies de frutos com potencial econômico, tecnológico, nutricional e funcional integrantes da pesquisa, destacam-se a pupunha (Bactris gasipaes Kunth), açaí (Euterpe oleracea Mart.), camu-camu (Myrciaria dubia (Kunth) Mac Vaugh) e o cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal).

 

 O projeto visa a prevenção dos distúrbios metabólicos, como hiperlipidemias e hiperglicemias, termos técnicos para designar o aumento anormal dos níveis de gordura no sangue, principalmente o aumento do colesterol e triglicerídeos, e o aumento dos índices glicêmicos no sangue, causadores do diabetes. Segundo Souza, o estudo irá utilizar os frutos na forma de farinha, com novos subprodutos destinados à alimentação, a fim de aumentar a vida de prateleira e melhorar a utilização das substâncias. “Alguns produtos já foram desenvolvidos por alunos de mestrado, por exemplo, o camu-camu e o cubiu encapsulado, cereais, néctares, entre outros produtos enriquecidos com os frutos amazônicos”. Doutora em Biotecnologia, Souza espera que dentro de três anos os produtos desenvolvidos possam ser comercializados. “Alguns produtos ainda necessitam de patentes, para que chegue à mesa do consumidor”, explicou.

 

 

Cubiu e Camu-camu encapsulados 

 

O estudo testará em humanos o camu-camu e o cubiu encapsulados. O objetivo é avaliar os efeitos fisiológicos, como a diminuição dos índices glicêmicos e as hiperlipidêmicas. “Elevados níveis glicêmicos costumam aparecer ao longo prazo, gerando danos. Vasos sangüíneos e nervos são alvos primários, porém o organismo inteiro pode sentir os efeitos do diabetes. Os altos níveis de gorduras no sangue podem acarretar problemas ao organismo, aumentando o risco de arteriosclerose e problemas na artéria coronária e na carótida, por conseqüência, aumentando o risco de infarto do coração e de derrame cerebral”, alertou Souza. A pesquisa está em fase de testes, como é o caso da aplicação do camu-camu. As primeiras análises foram feitas em pacientes sem nenhum tipo de doença, em que era dada uma dose diária de 10 ml de néctar do fruto durante 30 dias. Após o uso, eram analisadas as taxas de glicemia e colesterol. “Os resultados mostraram eficiência em pacientes saudáveis. Agora, o camu-camu será testado em paciente que têm doenças crônicas não transmissíveis, com orientação médica, para verificar o efeito”, afirmou Souza. 

 

Antioxidantes amazônicos 

 

De acordo com a pesquisadora, alguns frutos amazônicos (açaí, camu-camu, cubiu e pupunha) são fonte de fibra alimentar, flavonóides e têm atividade antioxidante (moléculas capazes de retardar ou impedir o dano oxidativo, processo causado por substâncias chamadas radicais livres, que podem levar à disfunção das células e o aparecimento de problemas, como doenças cardíacas e diabetes). Para Souza, é importante a avaliação da ação antioxidante destes frutos, pois parte da população amazônica não segue a dieta recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), rica em frutas (fonte de vitaminas, minerais e fibra) e alimentos funcionais. 

 

 Fonte: Agência FAPEAM

 

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