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Publicado em 15/10/2014
Quando se discute sobre insegurança alimentar no mundo é normal pensar, de imediato, somente na quantidade dos itens que chegam à mesa das famílias. O que poucos sabem é que uma das soluções pode estar nos biofortificados. É o que defende a pesquisadora Marília Regini Nutti, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroindústria Alimentos, por meio da Rede BioFORT.
De acordo com Marília, a “biofortificação de alimentos vem combatendo significativamente a fome oculta, mal esse responsável por debilitar mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo”.
“Segundo os últimos dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 48% das crianças no mundo com menos de cinco anos de idade apresentam anemia (deficiência de ferro) e 30% possuem deficiência em vitamina A. No Brasil, os números também são altos, tendo 55% das crianças com menos de cinco anos de idade apresentando deficiência de ferro e 13% com deficiência em vitamina A.”
A pesquisadora explica que a biofortificação praticada pela Rede BioFORT se configura em uma técnica de melhoramento convencional, que eleva o teor de micronutrientes, como pró vitamina A, ferro e zinco dos alimentos.
“Uma planta é cruzada com outra da mesma espécie, não ocorrendo incorporação de genes de outro organismo ao genoma da planta, sendo necessária a realização de repetidos cruzamentos até atingir o cultivar melhorado desejado.”
Marília informa que a deficiência de micronutrientes – como ferro e zinco e de vitamina A – traz sérios problemas de saúde pública nos países em desenvolvimento.
“Dietas com escassez de ferro e zinco podem ocasionar anemia, redução da capacidade de trabalho, problemas no sistema imunológico, retardo no desenvolvimento e até a morte. A anemia ferropriva é, provavelmente, o mais importante problema nutricional no Brasil.” Este tipo de anemia é uma condição na qual o organismo não possui glóbulos vermelhos saudáveis em quantidade suficiente
Conforme a pesquisadora, as fontes mais importantes de ferro para a população brasileira são feijão e carnes vermelhas. Destaca ainda que, embora a deficiência de zinco não seja tão estudada como a de ferro, considerando-se que os alimentos-fontes destes dois nutrientes são os mesmos (sabe-se que fontes ricas em ferro biodisponível também são ricas em zinco biodisponível), “é de se esperar uma alta incidência também para esta deficiência”.
Marília ressalta que a vitamina A é um micronutriente essencial para o bom funcionamento da visão e do sistema imunológico do organismo humano, sendo que sua deficiência tem provocado a cegueira em milhares de crianças no mundo. Depois das crianças, as mães, as lactantes e os idosos são as principais vítimas da desnutrição.
“É importante lembrar que o processo de biofortificação nunca esteve sendo apresentado como a única solução para se melhorar a nutrição. Ela se configura como um complemento para reforçar alternativas de alimentação rica e saudável, como a fortificação e a suplementação.”
Sobre os custos dos bioforticados, Marília assegura que os preços ao consumidor não se diferenciam. “Os sistemas de produção de cultivares biofortificadas são os mesmos utilizados em cultivares convencionais, conferindo portanto o mesmo custo para ambos.”
A visão do roadmapping tem como base uma tendência forte dos consumidores em investir de forma preventiva em saúde. Esse novo mercado é altamente promissor e abre um largo campo de desenvolvimento em biotecnologia. Desta maneira, especialistas da área definiram quatro fatores críticos, que possuem um conjunto de ações a serem implementadas visando à consolidação da visão: Articulação entre Atores, Políticas Públicas, P&D, Tecnologia e Inovação e Patentes.
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Fonte: Sociedade Nacional da Agricultura
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