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Publicado em 14/10/2014
A Embrapa acaba de desenvolver uma tecnologia que permite ao produtor de alho manter bancos de multiplicação de sementes de alta qualidade em sua propriedade e, assim, garantir lavouras sadias e produtivas. É uma boa notícia para o agricultor porque as viroses acarretam grandes danos econômicos à cultura do alho e impedem a maior produtividade nacional.
Estimativas apontam que, por ano, cada brasileiro consome cerca de um quilo e meio de alho. A produção nacional na safra 2014/2015 vai responder por apenas quarenta por cento do volume comercializado, sendo a quantia restante importada da China (40%) e, em menor escala, da Argentina (20%). Nesse período, o País vai precisar de 300 mil toneladas de alho para o abastecimento nacional, ou seja, 2,5 milhões de caixas de dez quilos por mês.
A tecnologia gerada pela Embrapa inclui também um sistema que possibilita ao agricultor multiplicar o alho-semente livre de vírus (ALV) e, assim, gerar um fluxo contínuo de produção de sementes sadias. A utilização de alho-semente livre de vírus assegura a qualidade da lavoura e, com isso, o agricultor diminui as perdas no campo e consegue colher alhos com melhor classificação comercial, o que vai lhe garantir uma maior renda.
Enquanto de um lado a pesquisa científica busca desenvolver tecnologias para aprimorar o sistema de produção, adaptar os materiais genéticos às condições tropicais, e minimizar os danos por pragas e doenças, como é o caso do alho-semente livre de vírus, por outro, os atores da cadeia produtiva mobilizam-se por políticas públicas que valorizem o alho nacional diante do importado, como a tarifa antidumping, originalmente instituída em 1996.
Desde a aprovação inicial, a tarifa foi revisada por três vezes, sendo a última no ano passado, quando a sobretaxa foi estabelecida em US$ 0,78/kg. "A tarifa representa maior segurança para os produtores brasileiros ao garantir que as quatro mil famílias que dependem da produção de alho permaneçam no campo, assim como os mais de 100 mil empregos gerados pelo setor", contextualiza Cristina Neiva, gerente-executiva da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).
A tarifa antidumping estará em vigor por cinco anos, contudo o cenário a longo prazo preocupa porque, com o reconhecimento da China como economia de mercado em 2016, o cenário de investigação para renovação da tarifa será alterado e isso pode inviabilizar a sobretaxa para o alho importado deste país. "O setor deve aproveitar esse período para fortalecer a cadeia nacional, que tem plenas condições de abastecer o mercado interno com produto de qualidade durante todo o ano", aconselha Cristina, para quem as importações chinesas de alho devem ser complementares à produção nacional e não o contrário.
De acordo com ela, o setor não pode apenas se basear em políticas públicas. É preciso também valorizar a produção nacional, para que o mercado não fique à mercê das importações. Assim, com políticas públicas para fortalecer a cadeia produtiva e com a adoção de tecnologias, o setor pode mostrar todo o potencial do alho nacional, que tem mais sabor e pungência que o alho importado e, por isso, agrada o paladar do consumidor brasileiro.
O alho é um alimento funcional, ou seja, possui substâncias que previnem problemas de saúde. Com propriedades antioxidantes e antibióticas, evita o envelhecimento celular e fortalece o sistema imunológico.
Leia a notícia na íntegra aqui.
Fonte: Embrapa
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