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Publicado em 13/06/2014
A oportunidade de produzir biodiesel a partir de resíduos, gerando energia e limpando o meio ambiente, foi tema de debate na Câmara dos Deputados (Brasília/DF). A iniciativa é da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, juntamente com a Embrapa Agroenergia, a Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) e a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene). Essas três instituições lideram o projeto MOVER – Meu Óleo Vira Energia Renovável.
O seminário foi idealizado no âmbito do projeto M.O.V.E.R. – Meu Óleo Vira Energia Renovável para conscientizar a população e estimular a coleta do óleo de fritura usado e seu aproveitamento para produção de biodiesel. Os assuntos do seminário estão divididos em dois painéis: "O PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel) e suas perspectivas", com destaque para a abordagem política e o contexto social do Programa, e "Sebo bovino e óleo reciclável: uso e tecnologia", com foco na produção do biodiesel como solução ambiental e no aprimoramento das tecnologias já desenvolvidas.
"O biodiesel no Brasil teve crescimento muito significativo entre 2008 e 2010, mas infelizmente não tem tido os mesmos resultados nesse momento. É um tema extremamente importante, pois o Brasil lidera esse debate no mercado internacional", declarou o deputado Márcio Macêdo ao justificar a realização do Seminário, destacando também a situação da indústria e os benefícios socioeconômicos e ambientais do Programa. "O biodiesel tem alcance tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico, e possui uma cadeia produtiva estabelecida. Entretanto, algumas indústrias têm fechado pela falta de incremento. Precisamos debater esse assunto. É fundamental para o país.", concluiu.
Resíduo que vira energia e limpa o meio ambiente
A fabricação de biodiesel a partir de óleos e gorduras residuais (OGR) é sustentável e transforma esses passivos ambientais - que poluem as águas, geram entupimento nas redes de esgoto e gastos com manutenção -, em energia limpa e renovável. Nesse sentido, o Seminário vai dialogar com a sociedade sobre o aproveitamento de resíduos para promover as tecnologias existentes e ampliar seus usos, além do papel das OGR na diversificação de matérias-primas do biodiesel brasileiro.
Até 2012, o óleo de fritura ainda não possuía representatividade na cadeia produtiva do biodiesel, mas, em 2013, passou a responder por 1% da produção. No cenário da mistura obrigatória vigente desde 2010 - 5% biodiesel adicionado ao diesel fóssil (B5) -, esse percentual corresponde a cerca de 30 milhões de litros. Há potencial para aumentar ainda mais essa participação, já que, atualmente, apenas 2% do óleo de fritura é reciclado
"Transformando esse resíduo em biodiesel, estamos, ao mesmo tempo, gerando energia renovável e impedindo que o óleo seja descartado nas redes de esgoto, contaminando mananciais de água", ressalta o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Teixeira Souza Júnior. No Distrito Federal, Embrapa Agroenergia e Caesb estão na fase final de instalação de uma usina demonstrativa para produção de biodiesel a partir de óleo de fritura, com recursos da Agência Brasileira de Inovação (Finep). . De acordo com a Caesb, são gastos cerca de R$ 500 mil todos os anos apenas para filtrar o óleo doméstico que é descartado no ralo depois do preparo de, por exemplo, uma porção de batatas fritas.
Donizete Tokarski, diretor da Ubrabio, destaca que o Brasil reaproveita apenas 2% do óleo de fritura, uma proporção inversa ao reuso das latinhas de alumínio, que alcança 98% encaminhadas para a reciclagem. "Com o envolvimento da sociedade é possível avançar muito, eliminar um passivo ambiental e ao mesmo tempo produzir energia limpa", declarou o diretor.
A discussão benefícios ambientais da produção e uso do biodiesel estimulam o desenvolvimento do setor de bioenergia. Prover soluções em bioenergia é uma visão de futuro proposta pelo roadmapping da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal,que vislumbra para as indústrias paranaenses agrícola e florestal ações estruturantes que contribuam para o concretização do setor no estado.
Com informações da Embrapa
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