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Publicado em 21/05/2014
Acima da linha do Equador, o Brasil possui uma palmeira com potencial elevado para se tornar fonte de biocombustível. Desde 2010, a Embrapa por meio do PROPALMA, projeto financiado pela Finep, objetiva viabilizar a produção de espécies produtoras de óleos alternativas, e o inajá, palmeira oleaginosa encontrada na região Norte do País, é um dos alvos dessa pesquisa.
A palmeira presente em grande quantidade em toda região Amazônica, com maior concentração em
Roraima e no Amapá, possui fruto com elevada quantidade de óleo. De acordo com Otoniel Duarte, pesquisador da
Embrapa Roraima (Boa Vista, RR), responsável pelo projeto nesse estado, os resultados mostram que o inajá, que
pode chegar a 20 metros de altura é capaz de produzir cerca de 4.000 litros de óleo por hectare ao ano. Esse
valor supera, em produtividade, outras fontes tradicionais de biocombustíveis e confirma o grande potencial da palmeira
na produção óleos para atender ao crescente mercado de biodiesel. "O óleo produzido pelo inajá
tem potencial de mercado bastante interessante, pois pode vir a atender a esse mercador", afirma Alexandre Alonso, pesquisador
da Embrapa Agroenergia e líder do Projeto PROPALMA.
Otoniel Duarte garante que o manejo do inajá
também é uma alternativa viável e interessante para a agricultura familiar, tornando o ganho social outro
ponto positivo dessa palmeira. "Características como ausência de espinhos, adaptação a solos pobres,
resistência ao fogo, alta densidade por área e grande produtividade permitem um manejo barato e fácil
para os pequenos produtores rurais, gerando energia e renda que tornam o inajá uma espécie atraente", salienta
Otoniel.
Em Roraima, ocorrem as maiores concentrações da planta por hectare. Otoniel explica que
o inajá, por ser uma planta rústica, era até muito recentemente considerado uma praga pelos produtores.
A planta, no entanto, possui palmito nobre, polpa e amêndoas de onde é extraído o óleo, que pode
ser utilizado também na indústria alimentícia, de cosméticos, de produtos farmacêuticos
e rações. Esses usos eram desconhecidos pela população. "Após os resultados das pesquisas
com o inajá começarem a ser divulgados pela Embrapa, muitos produtores passaram a nos procurar com informações
sobre áreas com a palmeira e desejando orientação sobre possíveis usos. Com a difusão das
informações sobre o potencial do Inajá, o que se percebe é que muita gente não elimina
o inajázal. Inclusive nós temos produtores que já estão utilizando o inajá", complementa
Otoniel.
Sistema de Produção
Atualmente a exploração se dá
exclusivamente por extrativismo e várias ações do projeto visam dar suporte a esse tipo de aproveitamento.
A primeira ação consiste na identificação e mapeamento de maciços de ocorrência natural
do inajá. "Para que a exploração extrativista ocorra de maneira sustentável e rentável
é necessário primeiro identificar áreas em que as palmeiras ocorrem em maior concentração",
afirma Alexandre Alonso. A partir da identificação, os pesquisadores visam, a avaliar esses maciços quanto
às suas diversas características e também determinar o potencial produtivo dos mesmos.
Outra
ação importante é o investimento da Embrapa em ações que envolvem a determinação
do ponto ideal de colheita como forma de garantir maior qualidade do óleo. Essas ações tem o propósito
de indicar aos produtores o momento correto em que os frutos devem ser colhidos de forma a melhorar a qualidade e o rendimento
do óleo, com impactos diretos na sustentabilidade e rentabilidade da atividade. Estes dados ainda estão em fase
de análise no campo experimental em Roraima. Quando concluídos os estudos, os produtores terão informações
sobre como colher cachos e frutos a fim de garantir óleo da melhor qualidade possível para produção
de biodiesel e outros nichos de mercados mais específicos.
Além disso, a fim de que o inajá
possa vir a ser explorado comercialmente, os pesquisadores da Embrapa têm focado no desenvolvimento de um sistema de
produção para ele. Para tanto estão estudando métodos de manejo dos bosques nativos, as necessidades
nutricionais da planta para indicar a adubação mais eficiente e a produção de sementes. Também
estão determinando o espaçamento adequado entre as plantas e identificando os insetos e doenças que acometem
a espécie. "Em conjunto, todas essas ações tem por objetivo tornar o inajá matéria-prima
viável para a produção de óleo, que possa vir a ser utilizado para a produção de
biocombustíveis", conclui Alexandre Alonso.
Fonte: Com informações da Embrapa
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