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Melhoramento preventivo diminui riscos de ameaça aos bananais

Publicado em 29/04/2014

clique para ampliar>clique para ampliarBananas prata e maçã respondem por 70% do mercado interno e correm risco com a entrada da doença no Brasil. (Foto: Marcos Esteves)

Há um grande risco de entrada no Brasil da raça 4 tropical de Fusarium, fungo causador do mal-do-Panamá. Também chamado de TR4, da sigla em inglês "Tropical Race 4", afeta a maioria das variedades da cultura da banana cultivadas no País. Antes restrita ao Sul da Ásia, onde sua rápida e agressiva disseminação tem provocado severas perdas em países como Filipinas, Taiwan, Indonésia e China, o TR4 foi detectado recentemente em plantações da África. Caso essa raça chegue aos bananais do continente americano, especialistas afirmam que os dias das variedades Cavendish, que inclui a banana Nanica, poderão estar contados.

Segundo esses cientistas, sua chegada às Américas é uma questão de tempo. Existem hoje pelo menos 50 variedades suscetíveis ao TR4, o que converte esse patógeno em uma séria ameaça para a bananicultura mundial.

Nesta semana, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) emitiu um alerta sobre o retorno do mal-do-panamá. Conforme a entidade, o TR4 pode causar prejuízos de US$ 5 bilhões por ano.

Um cenário já visto


A partir da década de 1970, o brasileiro viu praticamente desaparecer de sua mesa uma de suas bananas preferidas, a do tipo Maçã. O consumo e a comercialização dessa banana quase chegaram ao fim em função do mal-do-panamá, mais precisamente a raça 1 do fungo causador dessa doença (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). O mesmo cenário ocorreu com a variedade Gros Michel na maioria das áreas produtoras do mundo. Desde então, variedades do subgrupo Cavendish, resistente à raça 1 e uma das principais hoje para exportação, foram introduzidas. Agora, há a preocupação de que o quadro se repita com Cavendish e com as principais cultivares do mercado interno, Prata e Maçã.

O melhoramento genético para fazer frente a pragas quarentenárias de alto impacto socioeconômico deve ser preventivo, e a Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) já tem experiência no caso da Sigatoka-negra, outra doença da bananeira que foi constatada no País em 1998. As cultivares desenvolvidas pela Embrapa resistentes a essa doença, até então desconhecida no Brasil, foram disponibilizadas aos agricultores da região. "Foi a salvação para aqueles produtores, pois era uma doença nova, não tínhamos tecnologia e produtos para controle, além de que as condições no Norte eram totalmente favoráveis ao desenvolvimento da doença", conta Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético da Bananeira da Embrapa.

Leia mais aqui

Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura

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