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Projeto vai consolidar a produção de etanol de milho no Brasil

Publicado em 25/03/2014

Com grandes produções de milho, busca-se demanda. Desta forma, cresce a cada ano o interesse por parte de empresas nacionais do agro em melhor utilizar e valorizar a produção interna, com investimentos no etanol de milho

A produção de cana, que na safra 2010/11 totalizou 620 milhões de toneladas, deverá terminar a safra 2013/14 em 660 milhões de toneladas – um aumento de apenas 6% em três anos. A produção de etanol, por sua vez, deverá ser praticamente a mesma do que aquela observada em 2010. Enquanto isso, o mercado potencial para esse combustível não para de crescer.

clique para ampliar>clique para ampliarEtanol produzido a partir do milho pode ser alternativa para produção brasileira (Foto: Divulgação)

Por outro lado, a produção brasileira de milho vive uma situação de forte elevação do rendimento e da área plantada. A última safra da commodity totalizou 81 milhões de toneladas – um aumento de 45% nos últimos três anos. O aumento da disponibilidade de milho foi tão significativo que o problema passou a ser encontrar fontes de demanda para o cereal, sobretudo com os gargalos logísticos encarecendo o produto para exportação.

A análise foi divulgada pela empresa INTL FCStone, que lançou neste mês o projeto “Etanol de Milho, uma Nova Fronteira”. O objetivo é promover parcerias para elaborar um plano de consolidação e viabilização da produção de etanol de milho no Brasil. O projeto vai contemplar desde o panorama do mercado de etanol no país passando por aspectos mercadológicos, logísticos e financeiros da produção de etanol de milho, incluindo opções de financiamento para o setor.

Projeções

Para Hélio Sirimarco, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, o Brasil é um dos poucos países que ainda tem espaço para aumentar a sua produção de milho.

“Não podemos nos esquecer que o milho é cultivado em apenas 30% da área plantada com soja. Temos a possibilidade de em dez anos produzir 150 milhões de toneladas. Mas para isso, é necessário que exista demanda, caso contrário, os produtores não terão incentivo para plantar. Com esse quadro favorável, está crescendo a cada ano o interesse por parte de empresas nacionais do agro em melhor utilizar e valorizar a produção interna, com investimentos no etanol de milho”.

A Fiagril, uma esmagadora de soja de capital nacional, baseada em Lucas do Rio Verde (MT), prevê investir US$ 100 milhões (R$ 230 milhões) para produzir etanol de milho a partir de 2015. A companhia planeja construir uma usina com capacidade para esmagar 500 mil toneladas do grão por ano – volume suficiente para produzir até 200 milhões de litros do biocombustível. Se concretizada, será a primeira usina de etanol do país concebida para esmagar exclusivamente milho. Atualmente, duas usinas de cana-de-açúcar no estado – Usimat e Libra Etanol – estão adaptadas para processar o grão. Outras estudam fazer a conversão.

Em comparação ao etanol da cana, o milho também mostra suas vantagens. “O etanol da cana ainda não foi capaz de se tornar uma alternativa viável para todo o território nacional. Altos custos de logística e estagnação no crescimento da produção têm impedido que o etanol fosse competitivo nas regiões mais distantes dos centros de produção. A comprovação dessa situação é a importação de etanol de milho dos EUA para abastecer o Nordeste. Já a produção de etanol de milho poderá incentivar o crescimento do cultivo do milho em áreas hoje pouco utilizadas na safra de inverno. Por exemplo, o Mato Grosso produz pouco menos de um bilhão de litros de etanol de cana. Segundo mostram alguns estudos, o biocombustível de milho é competitivo com o da cana”, destaca o diretor da SNA.

Fonte: Sociedade Nacional de Agricultura

 

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